Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Fotos de capa em dezembro 22

 * Victor Nogueira


2021 12 22 Fotos victor nogueira - Póvoa de Varzim - Paços do Concelho e pelourinho, na Praça do Almada


2020 12 22 foto victor nogueira - Setúbal Fonte Luminosa, das Ninfas ou do Centenário (Avenida Luísa Todi)

A Fonte do Centenário ou Fonte Luminosa foi inaugurada em 1960 ano do primeiro centenário da elevação da Vila de Setúbal a cidade. que nesse ano se celebrava. O grupo alegórico que se observa no centro da fonte foi colocado em 12 de junho de 1971, representada cada uma das três estátuas o Mar, a Terra e a Poesia. É uma obra do escultor portuense Arlindo Rocha.

VER    fontenários e chafarizes 08 - Setúbal


2019 12 22 foto victor nogueira - Estação do Oriente, em Lisboa (1998.05.05) rolo 238


2019 12 22 Toda a vida é um palco num emaranhado de papéis e máscaras mais ou menos entretecidos e enleadas, com maior ou menor alienação. Ou um jogo, em que uns perdem e outros querem sempre ser os únicos vencedores. Majestáticos! Na plenitude das suas razões e certezas ou irracionalidades. Em que os outros não passam frequentemente de meros bonecos articulados. Uns e umas com todos os direitos. E o Outro, apenas com deveres. 

2016 12 22 Mindelo Natal 1973 - foto MNS (+) (a sombra) - Celeste (+), Victor, Maria Emília (+), tio Zé Barroso (+), avô Zé Luís (+), avô Barroso (+), tia Maria Luísa (+), tia-avó Esperança (+)


Sentir (Setúbal 1985 07 15) 

2016 12 22 Votos coloridos e virtuais. Sendo virtuais, neles cabe tudo o que lá quisermos pôr, ver ou (pre)-sentir 🙂

Sentir
............. o veludo
........................... da voz
............. o calor
........................... do sorriso
............. a fragrância
........................... do olhar
.............o encanto.
...........................da alegria
Libertar
.............os gestos
.............o silêncio
..............o riso
.............as lágrimas
Dizer
.............amor
.............camarada
..............amiga
..............companheiro

Setúbal 1985
Victor Nogueira

2015 01 10 je suis CHARLIE BROWN que é um dos personagens da série Peanuts, criada por Charles Schulz. Os personagens principais, para além de Charlie e do cão filósofo Snoopy, são Linus, Lucy, Schroeder, Patty Pimentinha, Marcie, Chiqueirinho, Sally Brown, Franklin Armstrong, Woodstock e Joe Cool, cada um com sua idiossincrasia. Trata-se duma BD em que a maturidade de alguns personagens co-existe com a normalidade e "manias" de outros, num clima de optimismo, tolerância, respeito mútuo e espírito de aventura sem esquecer o sonho.



Pomba da Paz, por Pablo Picasso


2015 12 22  -  Com votos de boas festinhas e melhor ano novo para o povo, no ovo

Amigo (Alexandre O'Neill),


Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'


2014 12 22 Brrrr. Finalmente no Mindelo, a  1ª vez no inverno, depois de 1974.  Que frio gélido. eu diria mesmo, polar. bbrrrrrr tac tac tac castanholam os meus desgastados dentes. 

Haverá edredons que me aqueçam considerando que o quadro eléctrico é uma peça hoje museológica, a oferecer ao Museu da Electricidade em Lisboa ? Não me atrevo a ligar o aquecedor a gás, pois tenho muito respeitinho pelas faltas de oxigénio e abundância  de CO, isto é, monóxido de carbono. 

Enquanto não gelidifiquei, façam uma photoandarilhice virtual


2013 12 22 Porto - Natal de 1974 (Rua Fernandes Tomás) - o 2º Natal, de toda a família mais próxima reunida [pela 1ª vez e em 1973, após a sua ida para Angola em 1944] - Avô Zé Luís (+), Alexandrina (+), tio Zé Barroso (+), Carlos, tia Teresa, Victor, tia Isabel, Manuel, (+) tia avó Esperança (+), Celeste (+), Maria Emília (+), avô Barroso (+), tio José João (+) --- Foto Maria Luísa (+) Falta o meu irmão Zé Luís (+), na altura ainda a prestar o Serviço Militar Obrigatório, em Angola. 

VER   Victor Nogueira - Natais meus no antigamente


2012 12 22 SO(m)BRAS DE NATAL - Foto e texto - Victor Nogueira

Todos os becos têm pelo menos uma saída, a da entrada, e tantas outras quantas as portas, portões e janelas que neles estejam ou se encontrem. E, em última análise, uma marreta para abrir outra saída no muro ou na parede
Victor Nogueira
Natal de calor sufocante, com humidade que colava miríades de gotículas de suor ao corpo, com violentas tempestades, aterradoras trovoadas riscadas de raios, era o de Luanda, com a única maravilha da praia. O Natal, esse ainda era mais faz de conta, um pai Natal enfarpelado qd tudo andava em mangas de camisa, a neve da árvore representada com flocos de algodão ou o esguicho dum spray em bisnaga, o presépio com animais que nunca víramos: carneiros, burros, vacas .... Era um Portugal de faz de conta onde a única maravilha real era o alvoroço de acordar manhã cedo, a 25 de Dezembro, para desembrulhar as prendas, mais dadas pelo Menino Jesus quase despido que propriamente por um Pai Natal encalorado em desapropriadas vestes. E como vivíamos num Portugal de faz de conta que a nós, angolanos por nascimento e vivência, nada nos dizia, o ano lectivo era igual ao de cá, mas com Verão/calor infernal durante 9 meses e as férias grandes na época "fria". (...) Dum estrangeiro em Portugal, apátrida, ao contrário do que diz o BI
.
Victor Nogueira
Sabes, a 2ª vez que estive em Portugal. tinha 16 anos e desembarquei em pleno inverno, a caminho dum Porto cinzento, frio e chuvoso, mas com, um calor humano nas ruas que já não existe ou já não sinto.
A terceira vez tinha 20 anose. descia em Lisboa a calçada da estrela até económicas, no Quelhas, transido de frio, noite cerrada ainda às 8 da manhã (em Luanda já era dia às 5/6 da manhã), mal conseguindo falar ou escrever, os lábios e os dedos gelados como prisões, admirado pelas nuvens de fumo saindo pelas narinas dos guarda nocturnos, dos pessoas com quem me cruzava, dos burros ja desaparecidos, puxando carroças, num tempo em que os pobres andavam a pé, de bicicleta ou de motorizada, em cidades onde os automóveis eram ainda uma raridade. Deste País de faz de conta e do meu país falo no poema Raizes
.
Ao fim dum ano em Portugal, tão pequenino, tão mesquinho, tão vistas curtas, o nosso desejo era regressar a África. Mas para mim significava ter de andar para trás, para mudar de alínea e seguir engenharia.
Em história falava-se nas largas artérias pombalinas, espantosas ruelas qd as vi pela 1ª vez, face às largas avenidas e ruas de Luanda
Victor Nogueira
E só voltei a sentir calor humano e solidariedade nas aldeias do Alentejo, mas não nas vilas e cidades, onde vivi, nas gentes da Beira Baixa, por onde deambulei, e do Barreiro, onde trabalhei.Fiquei em Setúbal pk me fazia lembrar Luanda, mas esta é uma cidade individualista, um deserto, um cada um por si mas tudo coscuvilhando, um deserto cercado de maravilhas naturais que a mão do homem ainda não destruiu, ao contrário do que tem feito à cidade
.
Victor Nogueira
Ana, ainda existirá o Barreiro de humanidade onde trabalhei e, apesar de tudo, fui feliz ?
Victor Nogueira
Há 14 anos que nado por aqui, encontrei pessoas interessantes, re-encontrei velhas amizades, mas por muitas "juras" que se façam aqui quase tudo esboroa-se com o passar do tempo como água do rio que da fonte escorre para o mar. Aproveita-se a água enquanto passa, saltitamos de pedra em pedra, saboreamos a frescura e depois esperamos pela barcaça seguinte que uma vez mais e quase sempre a lado algum leva. Desapareces de repente e não sei pk, e como não sei, não volto a incomodar-te.


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