Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Pelourinhos 32 / Municípios 17 - Elvas, Évora e Leomil (Moimenta da Beira)

 * Victor Nogueira


2021 12 13 Fotos Victor Nogueira – Elvas (pelourinho), Évora (Paços do Concelho), Leomil  (Moimenta da Beira) (pelourinho)

Elvas - «O pelourinho, sinal de autoridade e exposição, chega a Elvas no séc. XVI, sendo erigido em mármore, ao estilo manuelino, na então denominada Praça Nova (hoje Praça da República), onde esteve até 2 de outubro de 1872, dia em que foi apeado e destruído. 

Em 1940 é apresentado um projeto por Vitalino de Albuquerque para a reconstrução do pelourinho feito a partir de uma gravura. Aproveitando as partes originais, guardadas no Museu Municipal, e substituindo as desaparecidas, foi construído no Largo de Santa Clara o pelourinho que hoje podemos observar.» (https://www.cm-elvas.pt/descobrir/patrimonio/civil/pelourinho/)

«Pelourinho de pinha piramidal, com octogonal de cinco degraus, de onde evolui fuste torso com faixas ornadas por esferas, cortado a meio por amplo anel, com pequeno capitel, de onde evoluem os ferros de sujeição. Remate em pináculo piramidal. Pelourinho bastante elaborado, com o fuste, anel, capitel e remate ornado por elementos esféricos. Só um exame detalhado permitirá diferenciar os elementos originais manuelinos dos acrescentos neo-manuelinos realizados no séc. 20. Os ferros segundo Keil são quinhentistas.» (http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1813)


Évora -  A Casa da Câmara funcionou anteriormente em város locais,  até que  D. Manuel I transferiu os serviços admnistrativos e judiciais para a Praça Maior (Giraldo), tendo ordenado a edificação de novos paços no estilo manuelino-mudéjar (1513-16), os quais, com o Pelourinho, desapareceram no final do séc. XIX.

«Contudo a cadeia e os antigos Paços do Concelho manuelinos foram demolidos em 1882 e em seu lugar foi levantado o edifício do Banco de Portugal, enquanto a sede do concelho foi transferida para o Solar dos Martins de Silveira, Condes de Sortelha, na Praça do Sertório, onde permanece.

Este edifício foi bastante remodelado e perdeu o aspecto antigo, que compreendia o pátio aclaustrado, uma torre medieval e algumas abóbadas quinhentistas, de que subsiste a do Arquivo, com tecto polinervado da Renascença.

Em Dezembro de 1987, durante o levantamento do sobrado desta sala e em sondagens efectuadas pelo Serviço Regional de Arqueologia da Zona Sul, foram encontrados importantes vestígios das termas romanas da cidade.

Após 1910, foram realizadas grandes obras que procuraram dar ao imóvel a feição arquitectónica original, com o vasto átrio de escadaria e coberturas metálicas (novidade introduzida em Portugal pelo engenheiro francês Eiffel). As obras seguiram o projecto do arquitecto Alfredo da Costa Campos, de Lisboa, com os construtores D. Argente, Lda. e Gabriel Mendes, tendo sido nesta fase construído o Salão Nobre, com estuques e elementos clássicos.» (https://www.e-cultura.pt/patrimonio_item/7245)


Leomil - «Nos finais do séc. IX, com a reconquista e o repovoamento que marcaram Afonso III das Astúrias, o antigo nome deste espaço foi substituído pelo presor godo Leomiro ou Ledemiro, que fundou aqui a sua Villa Leodimiri. Muitos povos terão passado e vivido neste território; a romanização é indiscutível e a sua pré-história é visível na vastidão dos monumentos megalíticos que pontilham esta freguesia. Nos fins do séc. XIII já vigorava em Leomil o regime municipal, ficando um dos mais célebres e vastos coutos medievais portugueses. No séc. XVI, com o desaparecimento dos Condes de Marialva, extingue-se o Couto de Leomil e, a reforma administrativa incumbe-se de abolir este abalizado concelho e integrá-lo no de Moimenta da Beira em 1855. (https://www.cm-moimenta.pt/pages/1019 )

O pelourinho é muito semelhante a outros levantados em terras vizinhas, como é o caso de Penedono. Possui um esguio fuste octogonal, resultante do chanframento das arestas de um pilar de secção quadrada, sobressaindo de um soco de quatro degraus circulares. O capitel é composto por um elemento troco-piramidal sobre moldura octogonal, encimado por outras duas molduras semelhantes, e por um prisma octogonal. É rematado por estrutura em gaiola, com oito colunelos cilíndricos assentes num ábaco oitavado, sustentando uma cúpula igualmente oitavada, coroada por esfera armilar em pedra, encimada por uma haste de ferro com cruz de Cristo em bronze. » (SML – DGPC)

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