Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Municípios 15 - Caldas da Rainha e Caminha

 * Victor Nogueira


2021 12 10 Fotos victor nogueira - Caldas da Rainha (antiga Casa da Câmara) e Caminha (Torre do Relógio, Paços do Concelho e arcadas)

Caldas da Rainha -  «Implantado no antigo Rossio, o edifício dos Paços do Concelho das Caldas da Rainha destaca-se pela imponência da sua fachada que, apesar da depuração e sobriedade que a caracterizam, contrasta vivamente com os restantes imóveis que definem esta praça.

O remate do alçado é, muito possivelmente, o seu elemento de maior interesse, com pináculos no prolongamento das pilastras dos cunhais, que se ligam, por volutas, à composição central. Esta, é definida por pilastras com pináculos, terminando num frontão semicircular com sineira no topo. Entre as pilastras, o brasão real marca do patrocínio da rainha, é encimado por um relógio, aqui colocado em época posterior à edificação do imóvel. Logo abaixo da cornija, destacam-se as gárgulas de escoamento das águas.

A fachada, de dois pisos separados por friso, pauta-se pela regularidade na abertura dos vãos, com janelas de sacada no andar superior, e duas janelas, flanqueadas por portas, no piso térreo. Estas últimas, de frontão contracurvado, com pedra de fecho no lintel, apresentam a mesma configuração, sem se destacar a principal.

O imóvel, que deveria servir como "Passo do Concelho, Câmera, Cadeia e Assougues" (MANGORRINHA, 1993, p. 147), veio substituir a antiga casa da Câmara, que desaparecera devido à construção do Hospital Termal. A sua edificação deve-se à iniciativa da rainha D. Maria Ana de Áustria, que acompanhou e aprovou o projecto, encomendado a Manuel da Maia. Este, manifestou-se a favor da viabilidade da obra, a 26 de Abril de 1749, tendo sido aprovada pela rainha a 13 de Agosto, e dando-se início às escavações a 24 de Novembro, num processo relativamente célere, se tivermos em atenção que os trabalhos estavam concluídos no ano seguinte (IDEM, p. 147).

A data de 1841, que se encontra na fachada, sob a cornija, é referente a uma eventual remodelação, na qual se inclui o relógio, bem como a torre sineira.

No interior, as adaptações às diferentes instituições que o imóvel acolheu, motivaram alterações profundas, com reflexos também ao nível da fachada, como foi o caso da transformação do espaço da cadeia para quartel de Bombeiros. A posterior adaptação aos serviços da Câmara Municipal restituiu o alçado à sua configuração original.»  (Rosário Carvalho – DGPC)

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Caminha - «Desenhado em 1920, o edifício da Câmara Municipal de Caminha sofreu, nos anos 50, profundas remodelações a cargo do arquiteto vilarmourense José Porto. A fachada principal apresenta vários pináculos rendilhados, que copiam dois originais, provenientes da capela de S. Sebastião.


No interior, destaca-se a decoração do Salão Nobre, com o seu teto em masseira e motivos fitomórficos proveniente da Igreja Matriz, e o arco ao fundo do 1º piso, reaproveitado da capela da S. Sebastião.» (in https://www.cm-caminha.pt/pages/1243?poi_id=226 )

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