Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Fotos de capa em dezembro 28

 * Victor Nogueira


2021 12 28 Fotos victor nogueira - Constância e Santa Catarina (Coutos de Alcobaça- pelourinhos   




2020 12 28 Foto victor nogueira - Estuário do Rio Sado, com a Serra da Arrábida e o Forte de Santiago do Outão ao fundo, este e outrora em defesa da barra, com o pôr do sol no dia de natal, não o meu, mas de alguém, com€rcia£m€nt€ venerado e acalentado pelos ciftõ€$, personagem de mistério e de cuja existência e data de nascimento não há certeza, mas tem apropriado acompanhamento musical, com o Fado do Embuçado.

Agora reparo que a foto parece ou dum peixe-espada ou da cabeça e tromba dum elefante. 😉



Embuçado · João Ferreira-Rosa (poema de Gabriel de Oliveira)


2019 12 28 foto victor nogueira - setúbal, gaivotas em terra 25 de dezembro, um dia ameno e límpido, sem tempestades no ar



2017 12 28 foto victor nogueira - rio Tejo, em Lisboa (1975)

VER

Pôr do Sol no Rio Tejo, in illo tempore



2017 12 28 O antecessor não lia jornais e era especialista em silenciosos tabus ou em bolo rei que tivesse à mão de semear para se não embaraçar com as palavras. O sucessor, doutra colheita, não se baralha com as palavras, está em todas sem precisar de bolo rei. Mas entre um e outro, uma semelhança: consideram-se os "garantes" não da Constituição mas do moço da gávea, fazendo avisos à navegação, que são os mesmos que ambos defendem: um com ar sério, outro com ar afectuoso e beijoqueiro. A farinha, essa é do mesmo saco. 




2017 12 28 Eh pá, isto das siglas é tramado. O que nos vale são as pesquisar na Internet. Ora deixa lá ver .. ICAR ? Ah.Será Igreja Católica Apostólica Romana ? Parece que sim. Então não seria mais eficaz e fácil dizer "Igreja Católica"? 

Eh, pá, mas ainda fica o Natal, a cronologia "depois de Cristo" (agora é "da Era Comum", o presépio, o menino jesus, os Reis Magos, o Pai Natal da Coca Cola ... UFFA


2015 12 2 foto victor nogueira  - HOJE  em Setúbal, no cimo da torre no alto duma encosta, entre o natal e o novo ano, chuva e vento forte para lá da vidraça. Nas terras tropicais do  ,Cruzeiro do Sul faz imenso calor e talvez haja tempestuosos vendavais ventosos e trovejantes relâmpagos relampejantes.  Esperando pelas águas de março, já a seguir, em  


Águas de Março, de Tom Jobim, interpretado por Elis Regina


2015 12 28 É deliciosa muita da poesia dos cancioneiros, pela temática e pela aparente simplicidade. Deixo-vos Anrique da Mota 
 
Gram trabalho é viver
Pois nam s' escusa perder
a vida com grande afronta
lançando bem esta conta
gran trabalho é viver
és vida tam estimada
quanto são breves teus dias
que sendo por sempre dada
quanto és agora amada
tam desamada serias.
e pois nunca dás prazer
que nam venha com afronta
lançando bem esta conta
gram trabalho é viver
Outra grosa em vilancete
quem nesta vida cuidar
pode bem certo saber
qu'é gram trabalho viver
quem cuidar nesta mudança
q'este triste mundo faz
achará que nele jaz
a maior desconfiança.
e pois nunca dá bonança
sem temor de se perder
gram trabalho é viver
cada um em seu estado
meta bem a mão no seo
achará segundo creo
muito amor muito cuidado.
e pois ante de ganhado
este bem s'há-de perder
gram trabalho é viver
estes bens de tanta briga
com fadiga são havidos
com fadigas possuídos
e leixados com fadiga.
e pois este mal sojiga
no ganhar e no poder
gram trabalho é viver
logo m'eu contentaria
se nesta vida presente
alguém vivesse contente
ou descansado um só dia.
mas porqu'isto qu'eu queria
nunca foi nem há de ser
gram trabalho é viver


in "Obras de Anrique de Mota"
Edição de Osório Mateus
Comissão Nacional Para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999


2014 12 28 Idade da reforma sobe para os 66 anos e dois meses em 2016


2013 12 28 Quem tu és e onde estás não sei, mas fazes-me falta e o teu silêncio e a tua ausência têm a dimensão do mar-oceano e do universo coalhados de estrelas flamejantes. Onde e quando nos encontraremos ? No café, na estação do comboio, na paragem do autocarro, à beira mar ou à porta do cinema ? Em que praça ou rua ? No meio da multidão ou no reca(n)to do jardim ?  Como nos reconheceremos ? Que roupa vestiremos e que livro ou jornal levaremos na mão para não nos enganarmos ?

Foto Victor Nogueira  - Setúbal, estuário do rio sado e serra da arrábidara





Foto Victor Nogueira 

Uma janela, um postigo
bem singela, eu persigo
cravo na lapela, sigo
sem cautela, consigo


(2013 12 28)

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