Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 31 de agosto de 2014

Vila do Conde: o aqueduto e o convento de Santa Clara

* Victor Nogueira

No alto do monte onde existiram um castro e posteriormente o castelo de D. Afonso Sanches, filho bastardo do rei D. Dinis, foi por aquele erguido o Convento de Santa Clara, em emulação do que a Rainha Isabel fundara em Coimbra. Corria o ano de 1318 quando o referido senhor feudal e sua esposa lavraram o documento que instituiu aquela casa conventual, cujas freiras pertenciam à alta nobreza. Desse convento subsiste apenas a igreja gótica, pois a ruína em que se encontrava no século XVIII levou à edificação do imponente e actual edifício, barroco, cuja 1ª pedra foi lançada em 1778.

Na igreja do Convento e na capela da Conceição encontram-se os túmulos dos fundadores e de dois dos seus filhos, esculpidos em pedra de ançã, rica e profusamente decorados como os de Pedro e Inês no Mosteiro de Alcobaça. A nudez das paredes medievais do altar-mor é quebrada por luxuriante talha dourada. Na sacristia, antiga casa do capítulo, e nos Coros alto e baixo estão expostos objectos de culto, incluindo dois belos cadeirais, pálida parcela da enorme riqueza conventual dispersa após a extinção das ordens religiosas na sequência das revoluções liberais do século XIX.

Nas cercanias encontra-se o Convento da Encarnação, também da regra de S. Francisco, erguido em 1522, muito transformado no século XVIII, com um pórtico manuelino e rica talha dourada, tendo anexo o chamado Museu das Cinzas, com objectos de culto religioso.

No convento de Santa Clara terminava o Aqueduto que o servia, erguido no século XVIII, sendo o 2º de maior extensão em Portugal, com 999 arcos, muitos dos quais já derrubados ao longo do seu trajecto.

Um dos acessos a esta zona é feito pela Rua das Donas no cimo da qual um amplo e arborizado miradouro permite ver a povoação e o Rio Ave até à foz.


Rua das Donas

CONVENTO DE SANTA CLARA E AQUEDUTO






Rua De Trás dos Arcos






túmulo de Teresa Sanches




túmulo de Afonso Sanches


túmulo dum dos filhos de Teresa e Afonso Sanches



sacristia - tela representando a lenda da Berengária, abadessa eleita com os votos das freiras falecidas, que milagrosamente se teriam erguido dos túmulos para nela votarem. (1)

(1) http://aqueduto_on_line.blogs.sapo.pt/1245.html







cadeirais dos coros alto e baixo  e pintura do tecto docoro baixo




foto em http://aqueduto_on_line.blogs.sapo.pt/tag/mosteiro+de+santa+clara





o edifício do século XVIII encontra-e em obras para evitar a ruína, pelo que não pude visitar o claustro











Rua De Trás dos Arcos






MOSTEIRO DE N. SRA DA ENCARNAÇÃO (torre sineira)


confessionário




capela lateral








VISTAS DE VILA DO CONDE e DO RIO AVE a PARTIR DO MIRADOURO
NA OUTRA MARGEM, AZURARA


Praça da República. A cúpula branca é a Capela do Socorro



ponte sobre o Rio Ave





Igreja Matriz


  • Maria Amélia Martins essa máquina fotográfica não tem descanso....e o artista também está à altura