* Victor Nogueira
Proença-a-Velha – «O pelourinho terá sido erguido no século XVI, na sequência da concessão do Foral Novo, por Manuel I de Portugal, em 1 de julho de 1510, confirmando a esta antiga vila beirã o estatuto concelhio que lhe havia sido outorgado em 1218, por D. Pedro Alvites, Mestre da Ordem dos Templários, à qual D. Afonso Henriques havia doado toda esta região aquando da Reconquista cristã, para que a defendessem e repovoassem. O Pelourinho, manuelino, é constituído por quatro degraus circulares, um fuste octogonal e, a rematar, quatro escudos, uma cruz de Cristo, a esfera armilar e as armas reais.
Embora se desconheça o mestre de pedraria que o edificou, ele (ou a sua escola) terá eventualmente sido responsável, por outros pelourinhos em concelhos vizinhos, uma vez que são notórias algumas semelhanças com alguns elementos dos pelourinhos de Idanha-a-Velha, Salvaterra do Extremo e Segura.» (Wikipedia)
«Ranhados teve primeiro foral dado por D. Dinis, em 1286, e foral novo de D. Manuel, em 1512. Pertenceu inicialmente aos Templários, e após a sua extinção foi comenda da Ordem de Cristo. Foi sede de concelho até 1836, quando passou a integrar o concelho da Meda, do qual é actual freguesia. Possui um pelourinho, certamente construído na sequência da atribuição do foral manuelino.
O pelourinho de Ranhados ergue-se no largo fronteiro à Igreja Matriz da povoação, igualmente quinhentista. Possui plataforma de quatro degraus circulares, de aresta, estando o térreo quase totalmente enterrado no pavimento. A coluna assenta sobre base constituída por plinto circular, encimado por duas molduras circulares de perfil côncavo, em quarto-de-círculo, uma invertida sobre a outra, formando grande escócia. O fuste é composto por quatro colunelos lisos em feixe, cingidos a pouca distância da base por um anelete. Perto do topo, cada colunelo é decorado com um mascarão, sendo que três destes representam faces masculinas com barba, e um quarto uma face imberbe. Nos intercolúnios estão quatro florões, que se repetem no topo, por baixo da peça terminal. Sobre os rostos despontam mísulas, sustentando pináculos moldurados de secção poligonal, rematados por peças cónicas com representações antropofórficas e zoomórficas. Sobre os colunelos que compõem o fuste, e entre os pináculos do remate, assenta um tabuleiro poligonal que suporta um quinto pináculo, onde se crava a grimpa, em ferro, com bandeirola de catavento.
O conjunto, com detalhada ornamentação fantástica, enquadra-se no estilo manuelino, particularmente na sua declinação mais silvestre, conjugada com referências antiquizantes (românicas). Os rostos podem corresponder às tradicionais representações quaternárias, indicando as estações do ano, as épocas da vida, os pontos cardeais, etc., num sistema simbólico onde ao rosto imberbe corresponderia a Primavera, a juventude, e a direcção Este. Entre as representações, nem todas identificáveis, dos pináculos, destaca-se uma cabeça de lobo ou leão.» (Silvia Leite – DGPC)
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