Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Pelourinhos 34 / Municípios 18 - Marinha Grande, Meda e Murça

 * Victor Nogueira


2021 12 15 Fotos victor nogueira -  Marinha Grande (Paços do Concelho), Meda (pelourinho) e Murça (Paços do Concelho)

A Praça Guilherme Stephens no situa-se no centro da Marinha Grande, constituída por edifícios de traça pombalina e um busto do industrial do vidro que dá nome ao largo . Aqui localiza-se o edifício que alberga os Paços do Concelho. Pertenceu a D. Beatriz Carvalho de Abreu e Melo e era originalmente composto por dois pisos, construído em alvenaria de pedra, com pavimentos constituídos por vigamento de madeira e solho. Foi adquirido em junho de 1927 pela Câmara Municipal da Marinha Grande, para aí instalar os Paços do Concelho. Na sequência de um incêndio ocorrido em 1934, foi alvo de uma reconstrução da qual resultou a criação de um 3º piso e a traça como hoje se pode observar.(https://www.cm-mgrande.pt/pages/974?poi_id=66 )


«A pequena localidade de Meda, de muito remota origem, pertenceu a partir do século XI ao cenóbio beneditino que se erguia no local da actual Torre do Relógio, no sopé da colina do castelo. Em 1145, pertencia já à Ordem do Templo, e em 1319 passou para a Ordem de Cristo. Recebeu foral novo de D. Manuel, em 1519, no qual é referida como Vila de Meda e Comenda da Ordem de Cristo. O seu pelourinho, erguido junto da igreja matriz e do antigo celeiro da povoação (de construção tercentista, entretanto derrubado), ainda se conserva, embora com o remate mutilado, e havendo sofrido um restauro em finais do século XX.

O pelourinho levanta-se sobre soco de cinco degraus octogonais, de aresta, hoje parcialmente integrados numa escadaria de construção moderna. Os três degraus intermédios são resultado de uma intervenção de restauro, de resto evidente, e o inferior é mais rústico, destinado-se a vencer o desnível do terreno. A base da coluna é constituída por um plinto oitavado, monolítico. O fuste arranca de um pequeno troço inicial cúbico, em cujos vértices superiores assentam quatro peças decorativas contracurvadas, a partir das quais as arestas da coluna sofrem chanfradura, ganhando a secção octogonal. O capitel resume-se a uma singela moldura octogonal rebordante, servindo de tabuleiro, onde assenta o remate. Este era originalmente em gaiola, restando apenas o cesto inferior, em taça oitavada, faces lisas e rebordo plano.

A metade superior da gaiola foi destruída, supostamente na década de 40 do século XX, por um vendaval. Para melhor compreender a tipologia original do monumento, compare-se com os muitos exemplares de pelourinhos de gaiola do distrito da Guarda, como sejam os de Muxagata, Penedono, Aguiar da Beira, Marialva, Algodres, Aveloso, Almendra, Carapito, entre outros. Embora mutilado, o pelourinho é certamente de construção quinhentista, provavelmente subsequente ao foral manuelino.» (Sílvia Leite – DGPC)


Murça - O edifício dos Paços do Concelho é um solar do século XVII, com dois pisos e janelas de sacada no primeiro andar, cujo telhado é interrompido por um arco contracurvado, ao centro. Ocupa toda a ala Norte da Praça 5 de Outubro – a Praça Velha  - onde se localizam o pelourinho e o Solar dos Guedes, que foram donatários da Vila.


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