Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Embu das Artes recebe a exposição A DITADURA NO BRASIL (1964-1985)


Governo da Cidade de Embu das Artes

O Centro Cultural Mestre Assis recebe, entre 3 e 18/12, a exposição fotográfica "Direito à Memória e à Verdade - A Ditadura no Brasil (1964-1985)", produzida pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. A exposição foi organizada pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (conhecida como "Comissão da Verdade") como parte do projeto “Direito à Memória e à Verdade” da Secretaria e concebida originalmente, em agosto de 2006, para ser exposta no corredor de acesso ao plenário da Câmara dos Deputados, para comemorar os 27 anos da promulgação da Lei da Anistia no Brasil. E apos 5 anos já rodou diversas cidades de todo o país, inclusive São Paulo.
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A exposição é composta de 28 painéis de 6 metros quadradoscada, organizados em formato labiríntico, com fotos de tanques nas ruas, militares e políticos em confronto, imagens de soldados e estudantes agindo ou em confronto nas ruas, de prisões, comícios, histórias de torturas, de horror e luta, e que mostra o clima da Era da Guerra Fria, e a luta contra a Ditadura, e dos militares no poder para destruir os grupos esquerdistas no país. Entre as imagens dos painéis, o visitante pode sentir-se dentro de alguns fatos históricos, como a primeira grande greve no ABC Paulista; a foto de presos políticos (entre eles o ex-chefe da Casa Civil da presidência, José Dirceu) requisitados em troca do embaixador americano que foi sequestrado por militantes esquerdistas; grupos diversos que tinham à frente vários políticos atuais como o ex-presidente Lula, José Genoíno, os deputados Fernando Gabeira, Alfredo Sirkis, João Amazonas, a presidente Dilma Rousseff, também imagens de ofícios e documentos do departamento de censura com mandatos de boicote à obras e peças de artistas brasileiros; além de fotos de líderes de grupos armados assassinados - como Mariguella e Lamarca - e artistas que lutaram contra a ditadura, como Gilberto Gil, Caetano Velloso, Chico Buarque, Henfil, entre outros.
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E em 2009, em parceria com a Fundação Luterana de Diaconia e Agência Livre Para Informação Cidadania e Educação, a Secretaria de Direitos Humanos decidiu fazer a exposição rodar o Brasil e fincar todo o material de forma permanente, inclusive para comemorar os 60 anos da Declaração dos Direitos Universais.
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O Secretário de Cultura, Paulo Oliveira, disse que “São imagens de um Brasil que ainda sonha com a volta do irmão do Henfil e de gente que partiu ou foi morta num rabo de foguete, como disse o João Bosco (e Aldir Blanc) e que lutava por um pais livre e rico como o que temos hoje” Segundo ele, na exposição “podemos nos sentir dentro de galpões escuros, tanques nas ruas e junto com estudantes caminhando e cantando, histórias de horror e luta - uma Roda Viva de atrocidades”. -disse
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Paulo Oliveira foi o responsável pela intermediação junto à Secretaria Especial de Direitos Humanos e que conseguiu trazer a exposição para Embu das Artes depois de contato com o ex ministro Paulo Vanucchi no Encontro de Fé e Política, onde Vanucchi anunciou a exposição. A iniciativa pretende, através do conhecimento da história, impedir que esse tipo de violação dos direitos humanos se repita’’, disse Oliveira. A mostra tem também a intenção de atrair estudantes tanto da rede pública quanto da privada, para incentivar o conhecimento e entendimento deste período importante e trágico que ainda deixou feridas até hoje abertas na história do país e pode ser conferida até 18 de dezembro, das 9h às 19h no Centro Cultural Mestre Assis.

Galeria de Fotos

Arney Barcelos
28/11/2011

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