Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 10 de setembro de 2016

em Santo Tirso

Creio que na minha juventude vim algumas vezes a Santo Tirso com o meu avô Luís, químico-analista mas não recordo qual o motivo, se seria por dela ser originária a família  da Alexandrina, se por causa das análises químicas a produtos alimentares que ele fazia fora das horas de serviço para arredondar o ordenado ao fim do mês, que lhe permitiam também obter gratuitamente e dos clientes produtos de boa qualidade como azeite e vinho do Porto, que creio depois vendia a pessoas amigas.

Santo Tirso, outrora importante centro industrial têxtil, não estava previsto para a minha rota de hoje, mas regressado de Landim rumo a Vila do Conde, o sol a bater de chapa nestas vias estreitas e sinuosas, com não assinaladas curvas e contracurvas, ainda mais perigosas para a condução de quem não tem pontos de referência por me serem percursos inabituais, ocasionais, leva-me a desistir de apanhar a A7 inflectindo para oriente rumo a Santo Tirso, onde chego já ao entardecer. Ceio que estive aqui o ano passado cm o Zé e a Teresa, mas não reconheço o lugar nem encontro a Pastelaria Moura onde também já ao fim do dia comemos Jesuítas, uma especialidade doceira e que outrora e no alentejano burgomedieval apreciava, tal como as queijadas de Évora ou chá e torradas/sandes de fiambre. De jesuítas falo em  ISESE - O Dia do Marquês em 1974 (http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2015/07/isese-o-dia-do-marques-em-1974.html)


Mas deixemos os entretantos ou desvios e vamos aos finalmente. Para além da referida doçaria são igualmente especialidade da terra os limonetes, produzidos com grande qualidade pelas diversas pastelarias da cidade e, na Região o Vinho, Verde e o Licor de Singeverga, produzido pelos monges beneditinos do mosteiro homónimo, na freguesia de Roriz, nesta merecendo referência as bolachinhas conventuais e os bolinhos de mel.

O Centro Histórico, com um pequeno jardim arborizado, tem um ar harmonioso, cuidado e acolhedor, com algumas esplanadas e nele coabitam edifícios dos séculos XIX e XX com arquitectura do Estado Novo, de que são exemplo o edifício dos CTT e uma vivenda  Situada no Vale do Ave, aqui se encontrava a Fábrica Fiação e Tecidos Rio Vizela, fundada em 1845, nas freguesias de Vila das Aves e São Tomé de Negrelos, que foi a primeira unidade do ramo no país, chegando também a ser maior fábrica portuguesa do sector. Na área do Concelho a freguesia de Roriz tem património edificado que merece visita. Será pois um dos meus objectivos num dos próximos dias.
















(antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários)


2016.09.09

1 comentário:

Mona Lisa disse...

Obrigada, Victor, por esta visita guiada. Adorei recordar a localidade onde vivo mais anos.