Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

escritores em Vila do Conde e cercanias

* Victor Nogueira


No ano passado tentei em Vila do Conde descobrir a "rota dos escritores", conforme indicações no site da Câmara Municipal abaixo reproduzidas,  mas não logrei completamente o meu intento. Mas um dia destes, em tarde soalheira, farei novo périplo photographico para localizar as que então falhei e para revisitar não só a Casa José Régio, onde este poeta morreu, mas também aquela museolizada onde Camilo Castelo Branco faleceu, em S. Miguel de Seide (Vila Nova de Famalicão)

"Daqui desce-se a Calçada de S. Francisco até à Avenida José Régio, artéria onde se localiza a casa que viu nascer uma geração de criadores notáveis: os Reis Pereira. Apenso à encosta granítica do Monte, ergue-se um conjunto de casas no qual se encontram enquadradas três que são referências nesta família: a da madrinha Libânia, a que acolheu o jovem casal Maria da Conceição e José Maria, pais de José Régio, Júlio/ Saul Dias, Apolinário e João Maria e a da Benilde, empregada da família, e que, recentemente, foi adaptada para acolher o arquivo do escritor. A primeira, herdada pelo poeta de Cântico Negro, figura maior das letras portuguesas, é propriedade municipal e conserva mobiliário e peças de arte sacra por ele colecionadas. Recomenda-se que efetue uma visita detalhada a este espaço intimista e ao pequeno jardim que o integra.
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Prossiga pela Rua da Igreja, detendo o olhar nalgumas das moradias de traça quinhentista. Chega-se à Rua da Costa, onde se localiza a casa com o mesmo nome e que foi propriedade da família Carneiro Pizarro, notável edifício do século XVIII. Descendo a rua encontra o Largo da Roda, pequeno e pitoresco lugar, onde funcionou durante vários anos a Roda dos Enjeitados. Logo em frente depara com a casa onde viveu José Maria Eça de Queiroz, um dos mais importantes romancistas da língua portuguesa.
Atravessando a Rua Conde D. Mendo, aberta durante a presidência municipal do Conselheiro Figueiredo Faria, à qual se atribuiu o nome do presumível conde responsável pelo topónimo vilacondense, chega-se ao Largo Antero de Quental. O mais antigo edifício deste largo existe no gaveto com a Rua da Costa e funcionou como armazém de sal das freiras de Santa Clara. Apesar da curvatura das suas paredes, ainda é possível apreciar um vetusto e belo portal gótico. Antes da estadia de Antero de Quental, este espaço era conhecido por Praça Velha, por oposição à Praça Nova, fronteira da Igreja Matriz. A este largo chegou, em outubro de 1881, o poeta de “Odes Modernas”, fixando residência na casa nº 3. È durante a sua permanência em Vila do Conde que escreverá alguns dos seus mais importantes textos. Antes de Antero, já Camilo Castelo Branco residira neste largo, numa pequena vivenda, cuja frontaria exibe um painel de azulejos, recordando a passagem do autor de “Amor de Perdição” pela vila da foz do Ave.
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Prosseguindo pela rua Dr. Artur Cunha Araújo, também ele poeta e autor de algumas letras cantadas pelo seu Rancho da Praça, procure a casa onde residiu Guerra Junqueiro, vizinha da Escola do Conde Ferreira, edifício que hoje acolhe a Junta de Freguesia local.
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Entre na Avenida Dr. João Canavarro, rua central da localidade e caminhe para nascente até ao Teatro Municipal, antes de chegar ao Largo dos Artistas. Neste largo que homenageia os artífices locais, e que já foi largo Senhor da Cruz e 28 de Maio, abrem-se, em bifurcação, duas ruas: a do Lidador e a de S. Bento. Esta última, foi evocada por Ruy Belo no seu poema «Esta Rua é Alegre». O poeta de "O lugar onde o coração se esconde" ou melhor "Portugal Sacro-profano", casou na Igreja de Santa Clara com uma vilacondense e era visita assídua das praias da foz do Ave, nomeadamente, a de Nossa Senhora da Guia. Confirme, então, se a Rua de S. Bento é alegre, entrando-se na mesma." (in http://www.cm-viladoconde.pt/pages/231)

Vila do Conde


Foto antiga da casa onde em Vila do Conde viveu Guerra Junqueiro (Av, Dr Artur da Cunha Araújo)
(http://carioca-carioca.blogspot.pt/2007/10/casa-de-guerra-junqueiro.html)


Casa onde viveu Antero de Quental - Largo Antero de Quental (antiga Praça Velha), nº 3 (http://www.cm-viladoconde.pt/pages/341)


Casa onde viveu Camilo Castelo Branco, no Largo Antero de Quental (http://www.jf-viladoconde.pt/pagina/1/11/40)




Casa onde viveu Eça de Queirós em criança, no Largo da Roda dos Enjeitados  (fotos Victor Nogueira)




Estátua e casas onde nasceu e viveu José Régio. As casas situam-se na Avenida José Régio e a estátua na Praça José Régio (fotos Victor Nogueira)


Poema de Rui Belo “Esta rua é alegre” alusivo à Rua de S. Bento (foto e poema completo em http://www.cm-viladoconde.pt/frontoffice/pages/656?news_id=1729)


Póvoa de Varzim







Lugar da casa (demolida) onde nasceu Eça de Queirós e estátua do escritor, respectivamente no Largo  Eça de Queiroz e na Praça do Almada (fotos Victor Nogueira)

MAIS SOBRE A "rota dos escritores" CLICANDO  EM

* em busca de Camilo Castelo Branco - 





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