* Victor Nogueira
O objectivo era em Vila do Conde visitar a Casa-Museu José Régio e procurar aquela onde viveu Guerra Junqueiro. No intermezzo, voltar á Rua de S. Bento. Mas neste post quanto às casas comecemos pelo fim, deixando para outra ocasião a photp-reportagem da demorada re-visita ao Centro Histórico Quinhentista
Casa onde (não) residiu Guerra Junqueiro
Embora nenhuma placa a identifique, afinal reconheci de imediato a casa por ter junto dela passado muitas vezes em anos anteriores. Mas está profundamente alterada na sua traça arquitectónica, agora mais bela embora conservando traços anteriores reconhecíveis. Mas já no sec. XIX era uma mansão muito menos modesta do que as casas onde viveram Antero e Camilo. situando-se na Rua Dr. António José de Sousa Pereira. Esta era entre os séculos XIX e XX a zona das mansões burguesas de veraneio a caminho da praia, como as que ainda existem no vizinho Jardim Júlio Graça, ao tempo em zona excêntrica ao centro de Vila do Conde. Perto da casa onde viveu Junqueiro existe ainda uma mansão muito mais rica que a sua vizinha na altura, qualquer delas sem o modesto ar que caracteriza aquelas em que viveram Antero e Camilo.
RECTIFICAÇÃO . Enbora algo semelhante, a casa referida neste post não é aquela onde viveu Guerra Junqueiro (que fica mais adiante, junto à Escola Conde Ferreira). mas sim o Chalet construído por José da Silva Meira em 1891.
em baixo, exemplo de mansão "burguesa" nas cercanias, também remodelada e na esquina com a Rua António de Andrade
"Esta rua é alegre"
Na Rua de S. Bento, ao lado do º 87 e do Restaurante Relíquia descubro a lápide sumida e pouco destacada que reproduz o poema que a esta artéria dedicou o poeta Rui Belo.
O "drama" na Casa-Museu José Régio
Centro de Informação e Documentação (esquerda) e Casa-Museu (direita)
jn http://www.cm-viladoconde.pt/pages/503
Previamente informado e confiante na informação do site da Câmara Horário de funcionamento: terça a domingo - 10h00/13h00 e 14h00/18h00 (últimos acessos às 12h15 e 17h15) estaciono o Fiesta no vizinho terreiro do mercado semanal e chego ao local pretendido, subo as escadas e deparo-me com uma porta fechada e o aviso de que está a decorrer uma visita guiada e que devo dirigir-me ao vizinho Centro de Informação e Documentação. Olho para o meu relógio e são 17 h 05 m. Desço as escadas, entro no CER (Centro de Estudos José Régio) e a jovem recepcionista diz-me que já não posso entrar, que está a decorrer a última visita. Olho de novo para o relógio e digo que são 17:10 e que a última visita começa às 17:15, de acordo com a informação do site da Câmara. A menina responde-me que o aviso na entrada do CER diz que as pessoas têm de chegar até às 17:00, iniciando-se uma conversa de surdos. Eu a dizer que me baseara na informação do site da Câmara e ela a responder-me com o aviso na entrada. Digo-lhe que quem vem de longe confia na informação do site que nada disso refere e ela argumenta com crescente nervosismo com a mesma lenga-lenga, que se eu não acreditava nela chamaria o colega. Respondo que não estou a duvidar dela, mas que a nossa é uma conversa de surdos, acrescentado em tréplica a uma insinuação sobre mim que nem ela nem eu éramos estúpidos, que eu entendia perfeitamente o que ela me repetia vezes sem conta, mas que estávamos a falar de coisas completamente diferentes. Para abreviar digo-lhe que pretendo comprar dois livros em exposição e 3 lápis. Enquanto a menina recepcionista de branco-vestida vai buscá-los a um armário chega o colega e ela repete-lhe que eu não acredito nela recomeçando a lenga-lenga. Esclareço já algo impaciente que continuávamos a falar de coisas diferentes, que vim de longe confiado na informação do site da Câmara e que não tenho de saber o que se informa no local e que sendo assim a informação na internet deveria ser corrigida. Cada vez mais nervosa a mocinha começa a fazer as contas e que não posso levar um dos livros pois só existia aquele do mostruário para os visitantes verem e que voltasse noutro dia (1). Argumento com ela e com o colega que se existia apenas aquele, então que mo vendessem e quando viessem outros expusesse um deles em substituição. Argumento contra duas paredes, reparando entretanto que a rapariga está lavada em lágrimas, talvez para despertar a "compaixão" do colega que lhe diz que já chegou a hora dela e que se vá embora que ele acaba de atender-me. Momentos antes dissera-me que apesar de já ter terminado a última visita e de aos fins-de-semana haver apenas um guia e não três, iria mostrar-me a casa apenas a mim. Como anteriormente me dissera que cada visita durava meia hora e pensando para comigo que iria prolongar o horário de trabalho e já seriam 18:00, digo-lhe que não faz sentido e voltarei noutro dia, agradecendo-lhe o que em pensmento eu estava a interpretar como um gesto de atenção. Despedimo-nos, saio e volvidos alguns passos olho para o relógio que marca ... 17:30. Fico pior que estragado com o pretenso favor dele, com a minha "compreensão" pelos direitos dos trabalhadores e com o que considero falta de profissionalismo demonstrada pelo guia que deu por terminada a tarefa profissional com meia-hora de antecedência mas decido não voltar atrás e prossigo para a Rua de S. Bento.
(1) Livro adquirido - vários autores, A acção repressiva do Estado Novo na vida e na obra de José Régio, CER, Vila do Conde, Out 2014
Sobre a "verdadeira" Casa onde viveu Guerra Junqueiro ver
Vila do Conde e a casa de Guerra Junqueiro in http://kantophotomatico.blogspot.pt/2016/09/vila-do-conde-e-casa-de-guerra-junqueiro.html
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