Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Gatos em Vila do Conde ou aqui (não) há gato

* Victor Nogueira

Em 1963/64, do meu quarto nas águas furtadas do 330 da Rua dos Bragas no Porto, onde morava o meu avô materno, avistava-se uma "ilha" ("páteos" em Lisboa) logo ali em baixo, com gordos e anafados gatos pelo telhados, em nada parecidos com os esbeltos do nosso quintal em Luanda (em S. Paulo ou na Praia do Bispo).


(Porto - ilha na Rua dos Bragas)

Mas aqui pelo Norte os gatos que pelas ruas encontro, plácidos, são muitas vezes escanzelados, talvez de mau passadio, como aquele branco, que ontem rápida e furtivamente atalhou caminho sobre o muro do quintal nas traseiras, aqui no Mindelo.

Os gatos que em Vila do Conde encontro na rua estiram-se ou deslocam-se pachorrentamente ao sol, indiferentes aos transeuntes, mirando-me talvez interrogativamente, afastando-se apenas e vagarosamente quando ouvem o aproximar-se dum veículo automóvel. Onde não vislumbrei qualquer gato em carne e osso foi na Viela dos Gatos.

Rua da Costa




Viela dos Gatos







Avenida Júlio Graça






Caxinas


(apesar do peixe, aqui não aparecem felinos ou felinas)

Mindelo



aqui há Gatos


"Gatos" em efígie, a maioria provenientes do espólio dos meus pais. Sempre tivemos gatos no quintal em Luanda e a minha mãe tinha muitos bibelots com a sua representação, oferecidos pelos filhos. Alguns deles são estes, aqui no Mindelo. O xilofone representa o Cisco e o João e foi a minha última aquisição.


Porto


o gato da minha tia Teresa


o gato da minha tia Isabel ao colo, mas não o dela



O Vale ...


... uma das gravuras no conto de Rui Pedro (texto) e Jorge Miguel (ilustrações)


Gatos na poesia

 poemas de Vinícius de Morais, Fernando Pessoa, Alexandre O´Neill e José Jorge Letria em 

LER a poesia dos gatos in http://daliedaqui.blogspot.pt/2016/09/a-poesia-dos-gatos.html


Sem comentários: