Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mexicano Manuel Álvarez Bravo tem exposição no Rio


Terra Magazine


SÁBADO, 26 DE NOVEMBRO DE 2011, 07H58



O Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro abre em 26 de novembro a exposição

Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia. A mostra traz 250 imagens do mexicano que está 

entre os grandes nomes da fotografia mundial.

São obras de 1920 a 1950, trazidas ao Brasil com o apoio da associação dirigida pela viúva e pela filha do artista.
Bravo é o nome de maior relevância na fotografia do século XX de seu país. Nascido na Cidade do México, realizou seus primeiros trabalhos fotográficos no começo dos anos 1920. Neles, explora alguns elementos da tradição fotográfica pictorialista, influenciados pela obra de fotógrafos então atuantes no México, como Hugo Brehme, Guillermo Kahlo, pai da pintora Frida Kahlo, e Agustín Casasola, que documentou extensamente a revolução mexicana.
Na segunda metade dos anos 1920, Álvarez Bravo desenvolve uma abordagem mais autoral, que se distingue por imagens de natureza experimental, formal e abstrata. Mas são os ecos da revolução mexicana (1910-1920) e a influência temática de fotógrafos como Hugo Brehme - que contribuiu para estabelecer uma iconografia fotográfica mexicana centrada em sua cultura indígena, em sua gente e em sua paisagem -, que levam Álvarez Bravo a uma fotografia de vanguarda desconstrutiva já nos anos 1930. Bravo, como muitos outros fotógrafos do período - entre eles Paul Strand, nos EUA, e Thomaz Farkas, no Brasil -, passa a produzir uma fotografia mais complexa e simbólica.
Farkas, aliás, também é tema de outra exposição que começa no mesmo dia.Thomaz Farkas: uma antologia pessoal, que já esteve em São Paulo, inaugura no Rio. O Moreira Salles ainda lança o livro Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia, com 374 imagens do fotógrafo mexicano.
Serviço
Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia e Thomaz Farkas: uma antologia pessoal 
Abertura: 26 de novembro de 2011, às 14h
De 27 de novembro de 2011 a 26 de fevereiro de 2012
De terça a sexta, das 13h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h


Manuel Álvarez Bravo/Divulgação

La Hija de Los Danzantes (Filha dos dançarinos), foto de 1933

Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/ Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
 
Menina vendo passarinhos, 1931  
O Instituto Moreira Salles (IMS) do Rio de Janeiro abriu no último sábado (26) as exposições “Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia” e “Thomaz Farkas: uma antologia pessoal”. As duas fazem uma retrospectiva dos trabalhos fotográficos de Manuel Álvarez Bravo (1902-2002) e Thomaz Farkas (1924-2011) - referências na fotografia moderna, no México e no Brasil, respectivamente.


A exposição de Bravo conta com a curadoria de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS, e de Aurélia Álvarez Urbajtel, filha do fotógrafo.  A mostra é composta por 250 imagens e enfatiza a produção seminal do fotógrafo entre os anos 1920 e 1950. Álvarez Bravo é o nome de maior relevância na fotografia do século 20 de seu país.


No mesmo dia da abertura da exposição, foi lançado no Brasil o livro “Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia”, com 374 imagens do fotógrafo. O volume tem prefácio de Colette Alvarez Urbajtel, viúva do fotógrafo, ensaios de apreciação crítica assinados pelo crítico e historiador da fotografia francês Jean-Claude Lemagny e pelos romancistas John Banville (irlandês) e Carlos Fuentes (mexicano), bem como uma cronologia e bibliografias completas.


Thomas Farkas


A exposição “Thomaz Farkas: uma antologia pessoal” apresentada no início do ano em São Paulo, chega ao IMS no Rio de Janeiro com 100 imagens (parte delas inéditas) feitas pelo fotógrafo, que faleceu em março deste ano. Para compor a exposição, durante dois anos Thomaz Farkas revisitou toda a sua trajetória, com suporte de seus filhos João e Kiko Farkas, e em conjunto com os pesquisadores e curadores do IMS, que hoje preserva sua obra fotográfica.


Thomaz Farkas é um dos grandes expoentes da fotografia moderna no Brasil. Nascido em Budapeste, Hungria, em 1924, chega com a família em São Paulo em 1930. Aos oito anos de idade, Farkas ganha de seu pai a primeira câmera fotográfica e durante os dez anos seguintes realiza imagens que podem ser compreendidas como experimentos visuais fotográficos intuitivos e exploratórios.


As exposições ficarão em cartaz no IMS do Rio até 26 de fevereiro de 2012 e poderão ser visitadas de terça a sexta, das 13h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h. A entrada é franca. O Instituto Moreira Salles fica Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea (RJ).


Mais informações:
www.ims.com.br
www.blogdoims.com.br
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500
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Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/ Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/ Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/ Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Thomaz Farkas - Acervo IMS
Thomaz Farkas - Acervo IMS




http://photos.uol.com.br/materias/ver/57931




Mestres da fotografia

Manuel Álvarez Bravo e Thomas Farkas dividem as galerias do Instituto Moreira Salles

por Rachel Sterman | 30 de Novembro de 2011
Foto de Thomas Farkas: o artista e o mexicano Bravo, aproximam-se na ousadia de linguagem
Mexicano, Manuel Álvarez Bravo (1902-2002) é um expoente da fotografia em seu país. Nascido em Budapeste, Hungria, Thomas Farkas (1924-2011) veio para o Brasil com a família aos 6 anos e, aqui, deu relevante contribuição para a iconografia moderna nacional. Obras dos dois mestres ganham individuais no Instituto Moreira Salles. Manuel Álvarez Bravo — Fotopoesia reúne mais de 250 imagens, com ênfase na produção das décadas de 20 a 50. Thomas Farkas: uma Antologia Pessoal é uma retrospectiva composta de 115 trabalhos abrigados no acervo do IMS, em boa parte selecionados para exibição pelo próprio autor.


Ao longo de mais de setenta anos de carreira, Bravo atravessou fases diversas convivendo com artistas e intelectuais de relevo, como seu ilustre colega francês Cartier-Bresson, os pintores mexicanos Diego Rivera e Frida Kahlo e o surrealista André Breton. “Apesar de trabalhar em várias vertentes, ele nunca abandonou o viés pessoal de sua obra, muito poética e sensível”, explica Sérgio Burgi, coordenador de fotografia do IMS e cocurador das duas mostras. Na seleção das criações de Farkas entraram peças representativas de toda a sua trajetória, incluindo as séries históricas feitas sobre a construção de Brasília. “Depois da fase geométrica e abstrata, Farkas adotou uma linguagem documental”, explica Burgi.

Manuel Álvarez Bravo — Fotopoesia e Thomas Farkas: uma Antologia Pessoal. Instituto Moreira Salles. Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, ☎ 3284-7400. → Terça a sexta, 13h às 20h; sábado e domingo, 11h às 20h. Estac. grátis. Visitas guiadas de terça a sexta, às 17h. Até 26 de fevereiro de 2012. A partir de domingo (27). www.ims.com.br.



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