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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Amazônia rara pelo fotógrafo Marcos Almeida

17/11/11 00:00 - Cultura Exposição conta com trabalhos do fotógrafo Marcos Almeida, da revista National Geographic; cenas valorizam a fauna e flora brasileiras Mariana Cerigatto 

Momentos raros da fauna e flora amazônica registrados pelo fotógrafo Marcos Almeida poderão ser vistos na exposição “Por Amazônica, Arte sem Fronteiras”, que estará aberta para visitação entre os dias 20 e 26 deste mês, na galeria Angelina W. Messenberg, no Teatro Municipal de Bauru. O olhar sensível e criterioso de Almeida, colaborador direto da revista National Geographic, encanta o público com imagens que expressam o que há de mais belo nas matas da floresta amazônica.
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Cavernas, cachoeiras, animais em cativeiro e na floresta, entre outras cenas, viraram o foco do brasileiro, que vive há 15 anos nos EUA. Nesse período fora do País, ele fotografou grande parte dos parques nacionais americanos, sempre com o objetivo de valorizar a fauna e flora.
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Contudo, o brasileiro está no País de origem desde abril deste ano visando desenvolver um trabalho voltado para suas raízes.
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Decidido a mostrar as belezas do Brasil e da floresta amazônica, Marcos diz que o propósito da exposição, que reúne trabalhos de outros artistas, é fazer uma reflexão sobre a natureza e sua preservação. “Eu procuro mostrar, através das fotografias, as belezas naturais do mundo que devem ser valorizadas. Devemos preservar a natureza, temos que pensar na ecologia. A humanidade hoje só visa o desenvolvimento, o conforto, mas as áreas verdes estão sendo sufocadas”, alega. “No Brasil, me encanta o exotismo, a variedade da fauna e flora. Quando estive na Amazônia, tirei mais de mil fotografias e estou levando 25 delas para a exposição”, informou.

Vida e inspiração
O fotógrafo Marcos Almeida, nascido em São Mateus, no Espírito Santo, conta que ganhou sua primeira máquina fotográfica aos 10 anos. Fascinado, nunca mais abandonou a arte de fotografar.
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Ele relata que conheceu a fotografia ainda bem pequeno por conta de seu avô. “Ele era o único que revelava fotos na cidade. Então, eu cresci dentro do laboratório e fui tomando gosto e aprendendo. Ganhei minha primeira câmera aos 18 anos e comecei a fotografar”, disse.
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Os olhares criteriosos, em princípio, estavam direcionados ao esporte: surf, canoagem, mas já com foco na natureza. “Quando eu tinha 37 anos estava casado e com dois filhos. Então, resolvi ir para os Estados Unidos atrás de uma nova oportunidade de vida”. E lá ficou. Hoje, Almeida é o único brasileiro colaborador direto da National Geographic e já teve 91 fotos publicadas, 20 delas com nota máxima de avaliação.

União de trabalhos
Ao lado de Marcos Almeida, trabalhos dos artistas convidados Gabriel Noboru Ishida, que é arquiteto e artista plástico, e da autodidata Tarsila Schubert, também poderão ser vistos no evento. Os três artistas, com suas técnicas e pontos de vista artísticos particulares, manifestam, através de suas obras, a temática ligada à preocupação ambiental. “É a união de vários estilos com um único propósito: provocar reflexões sobre o meio ambiente”, sintetizou Tarsila.
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Gabriel Noboru diz que suas telas seguem uma abordagem mais estruturalista e misturam a natureza urbana e selvagem. “O trio de expositores mira o mesmo tema, tem a mesma preocupação ambiental, mas cada um expressa essa preocupação do seu jeito”, diz.
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Já a autodidata Tarsila Schubert vai expor telas inspiradas nas imagens de Almeida. “Vou expor minhas obras de acrílico sobre tela, que são pinturas inspiradas nas fotos do Marcos Almeida. Eu conheci o material dele e a partir daí desenvolvi o meu acervo”, contou.  “A arte tem sido a expressão maior da sensibilidade humana e graças ao talento destes três artistas será possível desfrutar nesta exposição lindas criações e ratificar que realmente para a arte não há fronteiras”, ressaltou Angela Heiffig, curadora do evento.
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As fotografias de Marcos poderão ser vistas no Teatro Municipal até o dia 26 de novembro. Posteriormente, nos meses de dezembro e janeiro, a exposição será levada ao zoo de Bauru.
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Especialista na arte de fotografar raridades, Marcos Almeida ainda registra cenas do zoo de Bauru para formar um acervo que ilustrará um futuro livro ligado à instituição. A publicação contará a história do zoo e vai buscar apoio através da Lei Rouanet, de incentivo à cultura.

• Serviço
Exposição “Por Amazônica, Arte sem Fronteiras” poderá ser vista na galeria de arte Angelina Valdemarin Messemberg, localizada na avenida Nações Unidas , 8-9. Vernissage: sábado, dia 19, às 19h30. Visitação: 20 a 26 deste mês. O evento tem curadoria de Angela Heiffig, apoio cultural do Jornal da Cidade, rádio 96 FM, TV Preve, Instituto de Comunicação Franco Júnior e Gráfica M5. O evento tem também parceria da Amplla Interiores, Buffet Guimarães, Empório do Tear, Chalé Hotel, Casa Mix Molduras, Skinão Lanches e Perfil Line Comunicação Visual. A realização é da Prefeitura Municipal de Bauru e da Secretaria Municipal de Cultura.

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