Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

calçada portuguesa na Póvoa de Varzim e siglas poveiras

* Victor Nogueira


Estes meus périplos pela Póvoa de Varzim levam-me a concluir que a calçada portuguesa nem é dominante nem complexa. Deparo com ela em Ruas do Centro Histórico (linear), na Rua De Trás dos Quintais (motivos piscatórios) e na Praça do Almada (brasão de armas e siglas poveiras). Em geral o piso é de calçada de granito ou de lajes de cimento. 





Segundo a Wikipedia "as siglas poveiras ou marcas poveiras são uma forma de "proto-escrita primitiva", tratando-se de um sistema de comunicação visual simples usado na Póvoa de Varzim, durante séculos, em especial nas classes piscatórias. Para se escrever usava-se uma navalha e eram escritas sobre madeira, mas também poderiam ser pintadas, por exemplo, em barcos ou em barracos de praia. Terão sido deixadas por colonos vikings, há cerca de 1.000 anos, nesta zona da Póvoa de Varzim.

No passado, era também usado para recordar coisas; eram conhecidas como a «escrita» poveira, mas não formavam um alfabeto, em vez disso funcionavam como os hieroglifos egípcios; adquirindo bastante utilidade.  (...) Segundo Lixa Filgueiras, pode-se distinguir dois tipos de símbolos relativamente ao uso: as marcas e as siglas.

As marcas serviriam para registo de posse, sendo por isso bastante comuns, e as siglas tinham preocupações mágico-religiosas. Os símbolos de carácter mítico eram mais raros, quer em siglas antigas, quer em siglas mais recentes." (https://pt.wikipedia.org/wiki/Siglas_poveiras).

De acordo com "As Siglas Poveiras" (http://www.povoadevarzim.com.pt/siglaspvz.php) "As marcas são a escrita do Poveiro. Têm muita analogia com a escrita Egípcia porque constituem imagens de objectos: Sarilho, Coice (imagem de parte da quilha de um barco) Arpão, Pé de galinha, Grade, Lanchinha, Calhorda, Pêna, etc. As marcas estão nas redes, nas velas, nos mastros, paus de varar, nos lemes, nos bartidoiros, nos boireis, nas talas, nas facas da cortiça, nas mesas, nas cadeiras, em todos os objectos que lhe pertençam, quer no mar, na praia ou em casa. A marca num objecto equivale ao registo de propriedade. O Poveiro lê essas marcas com a mesma facilidade com que nós procedemos à leitura do alfabeto. Não são marcas organizadas ao capricho de cada um, mas antes, simbolismos ou brasões de famílias, que vão ficando por herança de pais para filhos e que só os herdeiros podem usar."
















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