Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 7 de novembro de 2020

Azulejaria civil (21) - Leiria

 * Victor Nogueira





No regresso do Castelo passamos pela Igreja românica de S. Pedro e desembocamos no imponente templo barroco da Sé, que visitamos, cuja fachada sobressai vista lá de cima do castelo e cuja volumetria se impõe ao casario circundante. Também este templo sofreu os efeitos do terramoto de 1755, que os livros de história de antigamente pareciam circunscrever a Lisboa, dando razão ao dito:  Portugal é Lisboa e o resto é paisagem. Daqui seguimos ao centro histórico onde as ruas são estreitas e os prédios altos. Mas os nomes não são ilustrativos, referindo-se antes a personagens como  Afonso Henriques, Mestre de Aviz, João das Regras, Damião de Góis ou Gago Coutinho. Mas ainda se encontram as travessas das Amoreiras, da  Paz ou da Beneficência e a rua das  Olarias. O deambular leva-nos até à Praça Francisco Rodrigues Lobo, poeta, com edifícios de arcadas, ladeada de cafés e onde outrora se realizava diariamente o mercado, ao ar livre. Mas disso dá conta apenas um painel de azulejos junto a um muro perto do rio Lis. (NOTAS DE VIAGEM, 1997.11.01)



Leiria  - azulejos - Largo da Sé, 7  - Pharmácia Guarda e Paiva 

CASA DE ACÁCIO DE PAIVA – “Pharmácia Paiva “, No n.º 7 situava-se a casa onde nasceu, em 14 de abril de 1863, Acácio de Paiva. Nos números 8 e 9, a antiga “Pharmacia de Leonardo da Guarda e Paiva” que pertenceu ao tio-avô do Poeta. Este edifício de três pisos conserva na fachada os azulejos azuis e brancos de padrões neoclássicos, com as figuras de sábios gregos, provavelmente Hipócrates e Galeno, provenientes da Fábrica Cerâmica Viúva Lamego. Eça de Queiroz inspirou-se na “Pharmacia Paiva” para a “Botica do Carlos”, no romance O Crime do Padre Amaro. (in https://www.cm-leiria.pt/pages/375)



 fotos em 1998.06.03 (rolo 346)

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