Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Fotos de capa em janeiro 06

 * Victor Nogueira


Foto victor nogueira - Castelo e muralhas de Palmela, ao pôr-do-sol, vista da estação ferroviária, em 2022 01

2022 01 06 Auto-retrato em paço de arcos em 2017.01.13 - nas fotos à esquerda os meus avós paternos, Alzira e Zé Luís


2021 01 06  #CartoonNetwork #VamosNosCuidar #tamojunto

Grato à mais duma centena de amizades virtuais ou da realidade que me "visitaram" e felicitaram por mais um aniversário nesta minha jornada no Planeta que dizem ser azul.
GRAVURA - 17 באפר׳ 2020 Cartoon Network Brasil



CANTO MOÇO, de José Afonso
Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara
Lá do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo duma montanha
Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca.
do LP "Traz outro amigo também", 1970

2020 01 06 Tintim, repórter correndo Seca e Meca, uma criação de Hergé (1929). Tintim é um "globetrotter" percorrendo o Mundo na defesa dos "desvalidos", acompanhado pelo irascível coração de manteiga que é o Capitão Haddock e a"sapiente" cadela Milou. Outros personagens são o super-distraído e mouco Professor Tournesol, os super desastrados detectives gémeos Dupont e Dupond, a egocêntrica mas prestável cantora lírica Bianca Castafiore e o seu apagado pianista Wagner, para além de muitos outros personagens secundários como os vilões e maléficos Rastapopoulos e Dr. Müller, o Coronel Sponsz, chefe da espionagem num imaginário País, o pequeno Tchang, o celerado Allan Thompson, Nestor, o fleumático mordomo no Palácio de Moulinsart, o General Alcazar, prototipo dos ditadores latino-americanos, entre muitos outros.

Para além de Tchang, outras crianças surgem nas Aventuras de Tintim, como o super-traquinas .Abdallah e Zorrino

2020 01 06 foto nogueira - setúbal - "a long time ago", cerca dos anos '80 / '90 do passado milénio, o Convento de S Francisco esteve ocupado em condições miseráveis por gente sem casa. Esta é uma das fotos das que nessa altura tirei, a única digitalizada. Entretanto o pessoal foi desalojado e o acesso condicionado, pelo que nunca mais lá pude voltar a entrar.


2019 01 06

2018 01 06

Victor Nogueira - OBRIGADO

Obrigado, muito obrigado
obrigado por todos os presentes que hoje me ofereceste
obrigado por tudo quanto vi, escutei, recebi
obrigado pela luz que me despertou
obrigado pela roupa que me veste, pelas cores que ela
tem e pelo corte que a faz bela
obrigado pelo jornal, pelas histórias do Tintin, sorriso semanal, pelas reuniões
austeras, pela justiça que se fez, pela partida ganha
obrigado pelo camião do lixo e pelos homens que o acompanham,
pelos gritos que soltam de manhã, pelos ruídos da rua que acorda
obrigado pelo metal, entre os dedos apertado, pelo longo lamento que
ele solta sob o aço que o morde, pelo olhar satisfeito do contramestre,
pelo carinho cheio das peças terminadas
obrigado pelo Camilo e pelo Carlos que se sentaram à minha mesa, pela simplicidade
do Rocha, pela mão do director no meu ombro, pelo
sorriso - sempre é sorriso - do Rola, pela malta de Económicas
que me reconheceu, pela amizade do Artur e do Luís Filipe
obrigado pela rua acolhedora que recebeu os meus passos, pelas
montras das lojas, pelos automóveis, pelos transeuntes, por
toda a vida que escorria lenta, entre as paredes das casas,
manchadas de sol
obrigado pela comida que me sustentou, pelo copo de café com
leite que há pouco me matou a sede
obrigado pelo autocarro que facilmente me levou onde eu queria
pela gasolina que o fez funcionar, pelo vento que
me afagou o rosto, pelas árvores que me saudavam quando
eu ia a passar
obrigado pelas miúdas que encontrei hoje
pela graça marota da Isabel., seu sorriso-riso sonoro
que alegra a gente
pelo ar sereno da Noémia
pelo sorriso da garota do Chiado, aquela que tinha uma
covinha no queixo,
pelas travessuras da Microbianas
pelo olá da puta que se cruza comigo diariamente
obrigado pela alegria do Jorge perante os brinquedos que comprara
obrigado pelos bons dias que me desejaram
pelos apertos de mão que reparti
pelos sorrisos com que me brindaram
obrigado pela mãe que em casa me acolhe, pela sua presença
obrigado pela amizade do pai, apesar do seu silêncio
obrigado pela amizade desajeitada do Zé Luís
obrigado pelo tecto que me abriga, pela luz que me ilumina,
pela música que ouço
obrigado pelo Zeca Afonso, pelo Vivaldi
obrigado pelos livros, pelo Steinbeck pelo Jorge Amado,
pelo Manuel Alegre e pelo António Reis
obrigado por tantos eles
obrigado pelo ramo de flores,
pela erva no telhado, pequenas florestas galgando montes
obrigado pelos dias luminosos
pela noite serena
pelo céu estrelado
pelo silêncio
obrigado pelo tempo que me deste ...
pela vida
por sentir tudo isto
obrigado por estares aqui
obrigado porque me escutas, me levas a sério. recebes em
tuas mãos o feixe dos meus dons para oferecê-los aos
outros
obrigado
muito obrigado
Michel Quoist
(adaptado - Évora 1971.ABR.14)
(Setúbal 1989.MAR.01)


2016 01 06 foto victor nogueira - rio sado em Alcácer do Sal, que foi porto fluvial e praça forte muçulmana antes da reconquista cristã

VER  

Alcácer do Sal



2015 01 06 foto de família  - Luanda - 1965.01.05 - festa do meu 19º aniversário e do 45º da minha mãe. Os almoços e jantares eram normalmente no quintal, por ser mais fresco, entre as plantas e debaixo dum telheiro. 

Á esquerda a garagem, que no princípio era atelier do meu pai e depois passou a ser biblioteca e sala de música e de gravações musicais. Durante alguns anos era lá que estava montado o comboio eléctrico Marklin, no meio da cidade construída com miniaturas de automóveis e da Leggo (sinais de trânsito, candeeiros de iluminação pública, peões, ciclistas, bancos de jardim, arvoredo ...) e casas, a maioria montadas pelo meu tio José João, sempre paciente e prestável, para além de algumas maquettes de arquitectura. Na foto o quadro preto utilizado para estudos ou diversão. Da cidade existem apenas o comboio  eléctrico, uma das casas e as miniaturas de automóveis e da Leggo, que fazem parte do meu pequeno "Museu do Brinquedo"



2014 01 06 gravura de José Luís Lillo


2014 01 06 Foto Victor Nogueira - Setúbal - Praça de Bocage



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