* Victor Nogueira / JJ Castro Ferreira
«Muitas das estações [da Linha do Oeste] tinham bonitos jardins. Em Óbidos vimos o Castelo, que é enorme. Salvo erro a vila ainda se encontra dentro das muralhas. (...)» (Diário III, 8/9 Setembro 1963, págs 348/351)
Do comboio e cá em baixo, foi esta a 1ª vez que vi Óbidos, lá no cimo, em 1963, depois dumas férias em Monte Real e a caminho duma breve estadia em Lisboa, antes do regresso ao Porto.
Há um erro na breve descrição. O que eu entendi então como castelo enorme, aqui e noutras localidades, eram as muralhas que cercavam a vila medieval. O castelo está frequentemente alcandorado numa penedia, normalmente a uma extrema. Terei voltado depois algumas outras vezes, duas ou três, nas minhas viagens para o Norte ou no regresso. Mas depois de 1990 e durante cerca de duas décadas voltei a percorrer as suas ruas. Sabia que estava a chegar às Caldas da Rainha quando pela Auto-estrada do Oeste avistava à minha esquerda a vila muralhada. Um pouco mais adiante saía para as antigas Caldas de Óbidos, uma das terras onde vivi e fui feliz e bem acolhido, como se da família fosse.
A povoação medieval que hoje encontramos é uma encenação, pois o terramoto de 1755 transformou quase tudo em escombros e ruínas, obrigando à reconstrução dos edifícios. Óbidos fazia parte das terras da(s) Rainha(s), mas nos finais do século XV a rainha D. Leonor mandou edificar um hospital termal num ermo vizinho, de águas sulfurosas, fundando um lugarejo que a partir do século XVII se começou a desenvolver por aí passar a estacionar a Corte de D. Afonso VI. Deste modo se iniciou a decadência de Óbidos, hoje um lugar praticamente desabitado apesar das multidões que diariamente percorrem em visita as ruas empedradas e os edifícios públicos.
Na sequência de outras publicações sobre Óbidos, referidas no final, nesta recolhem-se fotos do meu tio José João, assinaladas com (*), e outras de minha autoria.
Fotos VN em 1997 (rolos 203 A e 206 e 1998.01.13 (rolo 216)
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