Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 11 de julho de 2020

aquedutos 10 - Óbidos - Aqueduto da Usseira



Foto victor nogueira - Aqueduto da Usseira  (Óbidos) rolo 216 (1998.01.13)

Usseira é a terra que deu nome ao aqueduto que abastecia Óbidos de água, construído no século XVI. Resolvo ir visitá-la, seguindo pela estrada velha que liga as Caldas da Rainha a Torres Vedras, estrada cheia de curvas e agradavelmente arborizada no vale transposto pelo viaduto da IC 1. Dos pontos mais altos avistam-se os campos, cabeços e povoações nos arredores, designadamente do lugar dos Moinhos da Usseira. Uma placa indica uma estrada secundária, mas chegado à povoação ninguém sabe onde fica a nascente ou mãe de água do aqueduto. Resta a visita à aldeia, longilínea, com casas arruinadas, um moinho de vento caiado e conservando ainda a estrutura das velas, vinhedos pelos campos. Da toponímia retenho nomes interessantes; ruas do Rio, do Canto, do Poço do Concelho,  Principal, das  Arigueiras, da Espinheira, do Outeiro, da  Boavista, da  Pereira ... 

Regresso a Óbidos e resolvo seguir ao longo do aqueduto, rumo a Navalheira, mas a edificação perde-se por dentro dum portão, e fico sem chegar à nascente por esta via, a cavalo no automóvel. (Notas de Viagem, 1997.12.02)

A vila de Óbidos, seguia , está cercada pelas muralhas e numa das extremas situa-se o castelo medieval, altaneiro, com as suas torres quadrangulares ou cilíndricas. As casas, brancas na sua maioria, com os cunhais pintados de ocre ou de azul, estão engalanadas de flores naturais. Desembocando junto às muralhas, a arcaria do aqueduto de Usseira com cerca de três quilómetros, que abastecia a vila. (Notas de Viagem, 1997.06.28)

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Gravura de Maria de Fátima Santos - «um desenho que fiz deste aqueduto na zona de Óbidos»

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