Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Alto do Facho, em Labruge e Lugar do Facho, em Vila Chã

* Victor Nogueira

foto victor nogueira - Labruge  (Vila do Conde) – Facho do Castro de Sampaio (Alto do Facho)

Vila Chã, no concelho de Vila do Conde, onde se praticou a pesca e há ainda barcos turísticos que a ela se dedicam, tem um Lugar do Facho e uma Rua do Facho, mais para o interior, mas dele não encontrei outras referências. Neste local, provavelmente desde o século XVII, era usual acender fogueiras, preciosas ajudas à navegação, e que, mais tarde, deram origem à rede de faróis, símbolos da ajuda que “as gentes” de terra proporcionavam aos homens do mar.

Mais para sul, em Labruge, existe um Alto do Facho, na cercania do Castro de Sampaio.

Já não há vestígios nem memória dos pescadores e produtores de sal que aqui terão habitado até aos tempos da ocupação romana, mas persistem os dos tempos neolíticos e da Idade do Ferro. Junto á Praia dos Castros (entre as de Moreiró e de Labruge) situam-se os “penedos amoladoiros” contendo pequenas depressões alongadas, escavadas na rocha granítica, que teriam servido no neolítico para polirem ou afiarem instrumentos de trabalho. Nesta zona teria passado uma estrada romana.

No Alto do Facho, nas cercanias do marco geodésico existe um afloramento rochoso com gravuras rupestres, remontando às Idades do Bronze ou do Ferro, entre urzes, cactos (figueiras da índia ?) e margaridas selvagens. Do castro marítimo, que seria protegido a poente pela penedia e a leste por uma muralha, conservam-se os vestígios de duas habitações

A ermida centenária e que já existia no século XVII, eventual sucedânea de cultos pré-históricos, tem como orago um mártir cristão, morto às mãos dos sarracenos, de seu nome Pelayo, em 820 E.c. A capela tem vitrais recentemente colocados e a fachada principal está coberta com o que chamo azulejos de casa de banho. As festas religiosas, essas celebram-se anualmente no 1º domingo de Julho. (2015.09.07 “a caminho de labruge e do castro de s. paio”)

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