Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 23 de junho de 2020

Santuários 17 - Nossa Senhora do Monte da Caala (Angola - Huambo)

* Victor Nogueira


A Caala é uma das melhores vilas da Província. A estrada de que falo é uma recta. A pouca distância daqui fica a Capela da Senhora do Monte [pequena mas airosa], construída com granito e mármore da Província. ([1]) A Igreja fica a 1990 e poucos metros de altitude, por conseguinte mais alta que a Serra da Estrela. De lá avistamos, em dias límpidos, até uma distância de 50 km. ((NID - 1962.08.30))

Caala é uma vila recente. Possui uma avenida principal ajardinada, brilhantemente iluminada. Há uma estrada circular onde se construíram doze nichos, representativos dos doze passos da subida de Cristo ao Calvário. O Monte possui um miradouro, campo de tiro, cruzeiro... Tencionam construir uma piscina. (MNS 1962.09.02)


(1) - Há três variedades de mármore: branco, vermelho e preto, qual deles o mais bonito. Tanto as pias de água benta como o altar mor são de mármore branco. Segundo o sr. Boaventura este mármore é tão bom como o de Carrara, na Itália. (Diário III - pag. 23/24 - 1962.08.25)
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«Santuário de Nossa Senhora do Monte da Caála, situado no Monte Mbandjela, começou-se a construir em 1927; na altura acompanhava a referida área o Pe. Domingos Vieira Baião, Missionário da Congregação dos Padres do Espírito Santo, que na época residia na Missão Católica do Cuando.

Esta obra é concretização de uma promessa feita a Deus por um Leigo Católico, que tinha problemas de saúde. Os primeiros casamentos dos indígenas da região eram efectuados nesta capela, enquanto os brancos e outra parte da sociedade com certa evolução, eram casados na Igreja da Povoação, na sede Municipal. A partir dos anos 50, com o Pe. Lima, residente no Município e primeiro Pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima da Caála, passou a assistir a Capela do Monte, bem como as localidades de Ngumbe, Ñgala e Mamã. Foi então que surgiram as Missões Católicas de Longonjo em 1954 e de Cassoco em 1969.

Entre os anos 1959/61 a Capela teve de ser restaurada, face a destruição parcial que tinha sofrido, pois nela se tinha abrigado uma cobra gigante.

Antes de 1975, a capela era muito frequentada pelos peregrinos, principalmente na celebração das Festas da Vila da Caála.» 

A capela do monte de Nossa Senhora do Monte do município da Caala foi parcialmente destruída durante o conflito armado terminado em Fevereiro de 2002. Após obras de reabilitação foi reinaugurada em  Setembro de 2008. As fotos ilustram o seu  estado antes e depois das referidas obras de reabilitação.


Fotos in vginvestimentos.net

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