Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Nas margens do Rio Ave

* Victor Nogueira (texto e fotos)

Quatro povoações banhadas pelo Rio Ave; Vila do Conde, Azurara, Macieira da Maia e Arcos. As fotos foram tiradas em dias variados, uns soalheiros, outros nublados. Em Vila do Conde pesca-se junto à ponte e em Macieira da Maia num terreno privado, de reserva. Se em Vila do Conde subsiste uma rara azenha quinhentista, em Macieira da Maia. subsistem duas, desctivadas, uma delas bar há uns anos. Embora tenha passado pelos Arcos, não tive ensejo de fotografar a ponte românica aí existente.

Esta última região, segundo a ficha do IPPA, "foi densamente ocupada e explorada pelas populações, instalando-se, nas suas margens, diversos equipamentos, de que são exemplo um açude, duas azenhas e um moinho. Estes imóveis, cuja laboração aproveitava a existência da ponte para permitir a passagem de pessoas e de bens, são de construção popular e utilitária (por isso, mais vulneráveis à erosão do tempo), mas a sua conservação impõe-se como testemunho de um outro tempo, em que o rio foi fonte de rendimento e de sobrevivência, de atracção e de fixação das populações que humanizaram esta paisagem." 

A ponte românica aqui existente na Idade Média substitui uma anterior romana e já neste século sofreu profundas obras de manutenção e recuperação sendo presentemente apenas pedonal. Situa-se num dos Caminhos de Santiago, coincidente com a antiga estrada romana, a Via Veteris ou Karraia Antiqua.

A ponte dos Arcos também refeita no século XII situava-se na mesma via romana, que ligava o Porto a S. Pedro de Rates, importante centro religioso medieval e nos Caminhos de Santiago.

Arcos tem mais património, sendo de referir  a tradição segundo a qual existiu, nesta freguesia, um castelo mourisco, no Monte com o mesmo nome, e no Monte da Reguenga, uma estrada coberta que ia ter ao Rio Ave.  A nível arqueológico, é possível localizar a mamoa de Moldes e o Castro de Casais. Este último apresenta vestígios dos períodos castrejo e romano.

O documento mais antigo conhecido e que refere a freguesia de São Salvador de Macieira data de 974. Macieira da Maia possui a mamoa de Sabariz, que remonta ae 5000 a 3000 a.C. encontrando-se em propriedade privada.  
VILA DO CONDE






pescadores



azenha quinhentista, reconstruída pelos Marqueses de Vila Real, no século XVI







MACIEIRA DA MAIA








azenha na margem direita








azenha na margem esquerda


















pescadores



ARCOS

Ponte de São Miguel de Arcos

CONTINUA  EM PELAS MARGENS DO RIO AVE em http://kanthttp://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/09/pelas-margens-do-rio-ave.


  • Varela José Inácio Olá bom amigo Victor Barroso Nogueira... Há tempo k não nos cruzamos por aqui...muito embora sempre tenha visto tuas boas e significativas publicações...com esta que há 2 hs (indica o face) me deixaste aqui. Obrigado. Como vais passando? Abraço forte caro amigo..
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