Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vila do Conde: os dias finais

* Victor Nogueira (texto e fotos)

Vou a Vila do Conde em busca de uma livraria e pessoas a quem pergunto se existe alguma na cidade desconhecem o que é uma livraria e outra remete-me para as traseiras do Tribunal. O que encontro é apenas um estabelecimento que vende bugigangas e livros escolares, com uma estante com livros, pouco variada, alguns em saldo, dos quais compro apenas um, que se revela interessante: de Leon Goldensohn, "Entrevistas de Nuremberga", feitas por este psiquiatra norte-americano a réus e testemunhas de nazis no Tribunal Internacional. Interessante constatar que norte-americanos e britânicos, ao contrário dos soviéticos, queriam execuções sumárias, sem qualquer julgamento. Mas elucidativo é que não poucos dos réus e testemunhas preferiam estar sob a alçada da Grâ-Bretanha e dos EUA a terem-se rendido aos sovieticos, apresentados como bárbaros e sanguinários pelos nazis, que pretendiam uma paz separada com o Ocidente que os apoiasse na continuação da investida guerreira e anticomunista.

Estas são as fotos desse dia, entre o parque de estacionamento gratuito e sempre com lugares vagos adjacente ao mercado, salvo à 6ª feira de manhã, dia do mercado semanal. e as trazeiras do Tribunal, defronte do qual um centro comercial sem lojas vagas, as tem todas fechadas a partir das 19 horas, vazios de gente os corredores iluminados. O Mercado Municipal ainda ostenta o nome do Engº Duarte Pacheco, dinâmico ministro e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa durante o tempo do fascismo, tal como ainda se manterá o do General Carmona, na Ponte sobre o Rio Tejo em Vila Franca de Xira. A Duarte Pacheco já depois de Abril o Município de Lisboa ergueu um feio conjunto escultórico ao Engenheiro que lançou a auto-estrada Lisboa-Cascais, nos anos 40, concluída apenas décadas depois e já depois de 1974.












igreja de Rio Mau




igreja de N. Sra do Socorro, foto em exposição num estabelecimento comercial








conjunto escultórico na fachada do Teatro Municipal





casa-museu de José Régio




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