Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

aquedutos 01 - pelo aqueduto de santa clara, de terroso a vila do conde

Victor Nogueira (texto e fotos)


1963

Há aqui um aqueduto muito antigo, nalguns sítios arruinado (Diário III - 1963)

2014

Inicialmente formado por 999 arcos, com cerca de 5 km, é o segundo aqueduto mais extenso de Portugal, construído entre 1705 e 1714, desde o Convento de Santa Clara até à nascente (Terroso, Póvoa de Varzim), com o objetivo de levar água até ao chafariz do Mosteiro, através da sua arcatura. Do conjunto inicial persiste ainda uma grande parte da estrutura inicial, embora já muito fracionada, sendo o troço da Igreja de Santa Clara e até ao limite do Concelho de Vila do Conde o que melhor conservação apresenta, numa extensão de 500 m, num total de cerca de quatro quilómetros. Possui uma arcaria de envergadura e altura decrescente, com arcos quebrados e perfil superior do canal arredondado. Existem construções adossadas a alguns tramos, designadamente nas próximidades do Convento de Santa Clara.

Nestas minhas deambulações não tive acesso ao claustro do convento, que se encontra em obras de conservação e prevenção da ruína, nem à nascente em Terroso, por deficiente sinalização, num café sendo esclarecido que esta não existirá mãe-de-água ou qualquer outra refrência, junto à capela de Santo António.


foto em http://aqueduto_on_line.blogs.sapo.pt/tag/mosteiro+de+santa+clara


gravura em http://aqueduto_on_line.blogs.sapo.pt/tag/convento+de+santa+clara

VILA DO CONDE - CONVENTO DE SANTA CLARA - 
largo de s. Francisco e rua de trás dos arcos








VILA DO CONDE - AVENIDA DO ATLÂNTICO












ARGIVAI

O nome da paróquia é de origem germânica e provem de Argivadi; no entanto é popularmente conhecida na Póvoa de Varzim como Anjo. A Argivai está associado o Dia do Anjo, quando a população da Póvoa de Varzim se reunia nas bouças de Argivai para um piquenique familiar, visto que parte da população tinha ali origem.

Em 1220, o Rei D. Afonso II tinha em Argivai 22 casais rústicos e um amo do rei, possivelmente um aio de D. Sancho I, filho deste e de D. Maria Pais Ribeira, senhora de Vila do Conde e amante de D. Sancho I, conhecida como Ribeirinha. Em Quintela, havia um bom casal reguengo, que tinha passaro possivelmente um de "paço" no tempo de D. Sancho. Em Quintela, é recente o topónimo do Campo do Paço, casa com privilégios de Couto ou honra. Segundo o Tombo da Casa de Bragança, à casa estavam ligados os Condes de Barcelos e os descendentes de D. Maria Pais.

Outrora a paróquia de Argivai abarcava todo o território de Varzim. Note-se contudo que Varzim era, desde a fundação do condado portucalense, um vasto terrório feudal com autonomia administrativa e militar, uma honra de cavaleiros, abarcando todo o território desde a costa aos montes de Laundos e Terroso. Nas inquirições de 1220, diz-se que no Reguengo de Varzim, que era pousa do mordomo do Rei, havia 20 casais, que davam ao rei, quando aí vinha, 6 dinheiros por pensão. Argivai é paróquia antiga. No século XI, o "Censual" de Braga refere-a na Terra de Faria com o título "De Sancto Micahele de Argivai". A paróquia foi perdendo importância e território com o desenvolvimento urbano da Póvoa de Varzim com a sua autonomia civil e, posteriormente também, religiosa.9

Em 1626, a abadessa do mosteiro de Santa Clara em Vila do Conde, D. Maria de Meneses, deu início à construção de um aqueduto que transportaria as águas de uma nascente em Terroso até ao mosteiro. O aqueduto rapidamente se tornou na principal marca paisagística e arquitectónica da freguesia. (wikipedia)

No território de Argivai  existia um  castrolocalizado numa pequena elevação (35 metros) e que se localizava junto ao nó de Vila do Conde na auto-estrada A28/IC1. A construção do IC1 foi provavelmente responsável pela destruição das ruínas do castro; apenas algumas secções subsistem.











TERROSO


Capela de S. António, construída em 1907 in http://paroquias.no.sapo.pt/Terroso.htm
Neste local está a fonte que abasteceria o aqueduto

1 comentário:

Unknown disse...

Todas as Fotos e Videos e manuscritos de Victor Barroso Nogueira são de rara beleza. Chamou-me a atenção o pormenor da capelinha de Santo António. Eu sou muito devota dele nas minhas orações.
Parabéns Victor Bjs