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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Brasil - Museu Imperial ganha novo lote de fotografias

Revista Fator - 29/12/2009 - 08:32
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Doação é composta por 400 vistas estereoscópicas sobre vidro das três primeiras décadas do século XX.
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Quatrocentas fotografias das décadas de 1910, 1920 e 1930 realizadas pelo fotógrafo amador Octávio Mendes Oliveira Castro (1874/1935) farão parte do acervo do Museu Imperial. A doação será realizada no próximo dia 29, às 15h, por Maria Lúcia David de Sanson. A cerimônia será realizada no Arquivo Histórico do Museu.
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“A doação de um bem a um museu é um ato de desprendimento do doador; de confiança no corpo técnico que passa a estudar, preservar e divulgar o bem doado; e de esperança de um Brasil melhor para as futuras gerações que poderão conferir os objetos de sua memória e história”, disse o historiador Maurício Vicente Ferreira Jr., diretor do Museu Imperial.
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O fotógrafo Octávio Mendes Oliveira Castro, importante industrial da época, era filho do barão de Oliveira Castro e genro do renomado engenheiro João Teixeira Soares (responsável pela construção da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba realizada durante o século XIX).
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Esta é a segunda doação feita por Maria Lúcia David de Sanson. A primeira aconteceu em 2005, quando foram doados três aparelhos esteroscópicos e quase mil vistas estereoscópicas sobre vidro e um índice das imagens organizado pelo próprio autor. Esse primeiro lote recebeu um tratamento de conservação e de reprodução fotográfica por parte do Museu Imperial em parceria com o Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Funarte, sob a coordenação de Sandra Baruki.
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As novas fotografias fazem parte do mesmo conjunto doado anteriormente. Na avaliação de Maria de Fátima Moraes Argon, coordenadora Técnica do Museu Imperial, a doação reveste-se de profundo interesse para a instituição, primeiramente por ampliar o acervo fotográfico que é constituído de retratos e paisagens, oriundos de coleções de pessoas e famílias que, ao longo dos 70 anos do Museu Imperial, tem aqui deixado os registros visuais de cidades, monumentos, eventos sociais, políticos e ambientais do Brasil e do exterior e, segundo, por enriquecer uma coleção que é bastante ilustrativa da evolução técnica da fotografia, reunindo os principais processos empregados durante os séculos XIX e XX, como é o caso da estereoscopia, “processo que pode ser descrito de forma simplificada como pares de fotografia retratando uma mesma cena que, vistos simultaneamente num visor binocular apropriado, produzem a ilusão da tridimensionalidade. Efeito este conseguido porque as fotografias eram tiradas ao mesmo tempo com uma câmara de objetivas gêmeas, cujos centros ópticos eram separados entre si por cera de 6,3 cm – a distância média que separa os olhos humanos.”
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Importância reconhecida: Identificado pelo “Guia Verde Michelin – Rio de Janeiro” como três estrelas (pontuação máxima) e eleito uma das sete maravilhas do Estado do Rio de Janeiro, o Museu Imperial foi o Palácio de verão de d. Pedro II e a residência preferida do Imperador. Um dos mais importantes monumentos arquitetônicos do país, o antigo Palácio começou a ser construído em 1845 e foi aberto para visitação quase um século depois, em 1943. O projeto original é do major e engenheiro Júlio Frederico Koeler e seguido, após sua morte, pelos arquitetos Cândido Guilhobel e José Maria Jacinto Rebelo.
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No piso foram usados mármore de Carrara e mármore preto da Bélgica, colocados em 1854. Esquadrias em madeira de lei (como jacarandá, cedro, pau-cetim, pau-rosa e vinhático) também realçam o assoalho. Ornamentações nas salas de jantar, de música, de visitas, na sala de estado e no quarto de dormir de Suas Majestades dão ainda mais destaque à beleza dos ambientes. Os jardins foram planejados por Jean Baptiste Binot, com orientação do próprio Imperador, nele se encontram espécies raras da flora brasileira e estrangeira.
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O acervo do Museu Imperial reúne cerca de oito mil objetos. Entre os destaques, estão peças de porcelana, de cristais, ourivesaria, mobiliário, prataria, armaria, viaturas, indumentária, esculturas, pinturas e objetos musicais.
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O Arquivo Histórico reúne uma coleção iconográfica e 250 mil documentos textuais, principalmente do século 19. Pesquisadores, estudantes, historiadores, roteiristas, cineastas e escritores, no entanto, encontram registros históricos desde o século 13 até o início do século 20.
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[ Site: www.museuimperial.gov.br ].
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http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=102110
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