Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 28 de agosto de 2010

A luz de Chico

Edição de 28 de Agosto de 2010

~FOTOGRAFIA (27/8/2010) 

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Fotografia do livro "Mucuripe", de Chico Albuquerque, realizada em meados da década de 40. Esta e outras 24 imagens fazem parte da exposição que fica em cartaz até 21 de outubro
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27/8/2010
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Um recorte da obra do lendário fotógrafo cearense Francisco Afonso de Albuquerque (1917-2000), mais conhecido como seu Chico Albuquerque, pode ser visto a partir de amanhã, no Sobrado José Lourenço

Serão 25 fotografias, ampliadas em papel algodão, expostas em tamanho 50x60cm, pertencentes ao acervo do Instituto Cultural Chico Albuquerque (ICCA), em parceria com o Instituto Viva Brasil.

"Acompanhei Chico Albuquerque durante 15 anos, de 1985 a 2000. Nos aproximamos porque ele ficou amigo de Gentil Barreira, meu marido. Nesse tempo, realizamos exposições, editamos livros e organizamos o acervo", diz Patrícia Veloso, responsável pela Editora Terra da Luz.

Na abertura da exposição, além de Patrícia, o presidente do ICCA, Ricardo Albuquerque (filho de Chico Albuquerque), e o fotógrafo Silas de Paula, participarão de mesa redonda para discutir o trabalho do artista cearense. "Em 1989, editamos o primeiro livro dele, ´Mucuripe´. Dez anos depois, em 1999, montamos uma exposição com a retrospectiva dos 65 anos de sua obra. No início deste ano, foi editado o livro ´Chico Albuquerque Fotografias´", acrescenta a curadora da mostra.

A exposição que entra em cartaz este sábado, intitulada "Chico Albuquerque Fotografias", e que faz parte da publicação homônima, é a retrospectiva de quatro séries do fotógrafo: "Ensaios" (com fotos de 1930 a 1960); "Mucuripe" (1942 a 1952); "Frutas" (1978) e "Jericoacoara" (1985).

"Chico Albuquerque é um dos maiores nomes da fotografia do País. Era conhecido por sua perspectiva criativa, pelo olhar instigante. Ele era um virtuose da técnica fotográfica", ressalta Patrícia.

Além de ter inovado a fotografia publicitária no Brasil, assinando campanhas nas áreas de moda, culinária, arquitetura e automobilismo, Albuquerque produziu célebres ensaios autorais, como os "portraits" de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Burle Marx, Aldemir Martins, Cacilda Becker, dentre outras personalidades.

Outro legado deixado por Chico foi o impulso à valorização e formação de novos fotógrafos em Fortaleza. "Quando ele voltou de São Paulo, em 1975, já era respeitado no mercado. Se hoje a fotografia do Ceará conquistou reconhecimento nacional e internacional, deve muito a ele", diz Patrícia Veloso.

Além do Instituto Cultural Chico Albuquerque, criado em 2003 para difundir a obra do fotógrafo e a de seu pai, Adhemar Bezerra de Albuquerque, foi firmado convênio entre o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP) e o Instituto Moreira Sales (IMS), para preservação e catalogação dos trabalhos. Atualmente, o IMS é responsável pelo acervo com 60 mil arquivos.

FIQUE POR DENTRO
Chico Albuquerque
FRANCISCO AFONSO de Albuquerque nasceu em Fortaleza, em 25 de abril de 1917. Iniciou na fotografia profissionalmente aos 17 anos e, em 1947, mudou-se para São Paulo, onde viveu até 1975. Nome consagrado na fotografia publicitária, foi responsável por grande transformação no mercado fotográfico cearense. Foi diretor do Foto Cine Clube Bandeirante e recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Entre eles, Salão Internacional de Frankfurt (Alemanha/1953), Focus Salon Amsterdã (Holanda/1954) e Prêmio Nacional de Fotografia da Funarte (1998).

MAIS INFORMAÇÕES:
CHICO ALBUQUERQUE FOTOGRAFIAS. Exposição será aberta amanhã, às 9h, no Sobrado José Lourenço (R. Major Facundo, 154, Centro). Segunda a sexta das 9h às 19h. Sábado: 10h às 19h. Domingo: das 10h às 14h. Contatos: 3101-8826.


NATERCIA ROCHAREPÓRTER
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