Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 25 de julho de 2020

O Fiesta I. de matrícula 25-29-CX

foto victor nogueira - o fiesta I, na Serra do Caldeirão

O  Fiesta I. de matrícula 25-29-CX, corresponde a  uma outra fase da minha vida. No princípio a direcção era mais pesada que a dos Renault. 

Mantiveram-se as viagens entre Setúbal e Lisboa/Paço de Arcos ou Porto/Mindelo/Vila do Conde mas o Baixo Alentejo e a Margem esquerda do Guadiana foram trocados elo eixo Caldas da Rainha/Óbidos/Alcobaça

Outra passou a ser a companha, navegadora, script girl e ajudante de fotógrafo, amante como eu de viagens e de aventura sem destino. Havia sempre um mundo desconhecido à nossa espera e assim o Rocinante percorreu Portugal de lés-a-lés, de Tavira a Chaves, de  Bragança ao Cabo Carvoeiro, de Mértola ou Serpa a Caminha, de Aljezur aos Cabos Esipichel ou da Roca. sem esquecer as povoações  da Beira Baixa e da Beira Alta, da profundeza dos  vales e da beira-mar até ao cume da Serra da Estrela e à raia com Espanha.
O Fiesta em Sernancelhe

Foram cerca de 500 mil os km percorridos pelo Fiesta I, desgastantes, acabando por entregar os "cavalos" ao criador ao subir uma ladeira na Serra da Arrábido, recusando-se a dar mais um passo  ou trote que fosse, sendo ingloriamente abatido à carga, vendido para o ferro velho.

Dessas viagens resta um espólio fotográfico de largos milhares de fotos analógicas com a Cosina que o meu irmão me oferecera e um inacabado e volumoso Livro de Viagens alicerçado nas minhas Notas então registadas pela Fátima.

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