Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 30 de maio de 2020

coretos 25 - Atouguia da Baleia

* Victor Nogueira


Foto Victor Nogueira - Atouguia da Baleia - coreto - rolo 211 (1997.12.05)

Em 1º plano um dos marcos de pedra onde desde tempos antigos encaixavam os barrotes que temporariamente delimitavam a praça de touros.

Atouguia da Baleia - O nome primitivo era Touria ou Touguia, derivado da palavra touro; chegamos já noite cerrada, encontrando as ruas iluminadas, algumas com enfeites luminosos de Natal; iluminados estão também os monumentos, chamando imediatamente a atenção a Igreja barroca de N. Sra. da Conceição, com galeria e duas torres sineiras, cujo interior, pela sua simplicidade, contrasta vivamente com o seu exterior. 

A vila possuía um castelo, de que restam alguns vestígios, para além de pelourinho e dum cruzeiro quinhentista, com duas faces, uma representando Cristo Crucificado e outra N. Sra. da Piedade, tal como sucede com o de Óbidos. (…) 

No largo onde fica a igreja da Conceição e um cruzeiro, emergindo do solo, colunas de pedra, rudemente talhadas, com três buracos sobrepostos, são os vestígios que restam do antigo touril, onde se criava gado bravo e se realizavam touradas. Presumo que os orifícios serviriam para suster os barrotes que limitavam e cercavam o touril.  

Quer no largo de S. Leonardo, quer neste, na calçada à portuguesa, figuram touros estilizados. Neste largo da Conceição existe um coreto e um pequeno e aprazível jardim. (Notas de Viagem, 1997.12.05 e 1998.02.23)

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