* Victor Nogueira
Com aquele ar frágil aristocrático, nada militarista, Óscar Carmona (1869 / 1951), mação, foi um dos artífices do Golpe Militar ocorrido em 28 de Maio de 1926, que no ano seguinte esmagou a "
Revolta dos Tenentes", liderada pelo General Sousa Dias, e definitivo Presidente da Republica deste 1926 a 1951, primeiro nomeado pela Ditadura Militar e depois eleito e sucessivamente reeleito em processos fraudulentos, num Portugal onde as liberdades cívicas ou não existiam ou estavam ferozmente condicionadas.
Em 1951 já haviam falecido a minha avó materna, Francisca, e a minha tia materna Almira, mas disso não guardo memória. O que não sucede com a fotografia de Carmona, no caixão, publicada num qualquer jornal de Luanda, tinha eu 5 anos de idade.
Em 1966 o Marechal de Cavalaria, que terá serenamente dado o último suspiro na sua cama, abençoado pela Santa Madre Igreja, foi trasladado para o então inaugurado Panteão Nacional de Santa Engrácia, onde desde 1990 repousa ao lado de Humberto Delgado (1906 / 1965), General da Força Aérea assassinado por uma brigada da PIDE em 1965, depois de em 1958 ter sido candidato à Presidência da República contra o Almirante Américo Tomás (1894 / 1987).
Ponte Salazar, de 1966 a 1974, foi a designação da 1ª ponte sobre o estuário do Rio Tejo. desde então rebaptizada como Ponte 25 de Abril, mas como Ponte Marechal Carmona ainda é a designação da que atravessa o Rio Tejo em Vila Franca de Xira.
Numa reportagem de 2018 o Diário de Notícias (1) dava conta de que de Oliveira Salazar ainda existiam pelo menos 15 artérias que o homenageiam, Já o Marechal Carmona ainda daria modestamente nome a 9 artérias (Maia, Vila Nova de Gaia, Anadia, Covilhã, Almeirim, Odemira, Tavira e Cascais ).
Mas Carmona ainda é o nome usual do Parque da Gandarinha, que em Cascais existe paredes meias com a Cidadela e a ele se refere o site do Município:
«.Criado na década de 40, este grande espaço verde resulta da junção dos jardins do Palácio Condes Castro Guimarães com a propriedade do Visconde da Gandarinha, na vila de Cascais. Desde a primeira metade do século XVI, o espaço já era utilizado como quinta de recreio, lazer e produção. Foi comprado à Misericórdia de Cascais pelos Carmelitas Descalços, sob o patronato do D. António de Castro. Depois de, em 1834 passar para os bens do Estado, teve vários donos, até ter sido finalmente adquirido pelo Visconde da Gandarinha, que construiu aí um parque romântico. O jardim do Palácio Condes Castro Guimarães também se caraterizava por um toque de romantismo e, em 1944, após o terreno da Gandarinha ter sido adquirido, os dois espaços foram unidos e abertos ao público. Após a revolução de 1974, passou a designar-se Parque do Gandarinha, apesar de ainda hoje ser conhecido como Marechal Carmona.
O Parque tem amplos relvados, canteiros de herbáceas e arbustos, uma mata com árvores de grande porte e percursos com um toque de romantismo. O Parque integra, ainda, um troço da Ribeira dos Mochos, lagos, um parque de merendas e um campo para jogos tradicionais. (in http://www.cm-cascais.pt/equipamento/parque-marechal-carmona)
Fotos em 2014.10
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