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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 29 de agosto de 2020

o antigo Mercado Municipal da Póvoa de Varzim

* Victor Nogueira


Póvoa de Varzim  - Mercado David Alves na Praça do_Marques - Entrada do mercado público em 1920. É a parte do mercado que ainda hoje se preserva. Contudo apesar de se destacar pela sua dissonância relativamente à envolvente, não me recordo de alguma vez ter fotografado o novo edifício do Mercado, construído nos anos '70 do século XX. 

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Mercado Municipal | O Poveiro
«Com a chegada de David Alves à presidência da Câmara da Póvoa, este decide a construção do Mercado da altura num espaço maior, a Praça do Marquês de Pombal. Para o concretizar é convidado Ventura Torre, um dos maiores arquitectos portugueses da altura. O novo Mercado é inaugurado em 31 de Janeiro de 1904.

Encontrava-se rodeado de quatro torreões e no largo central estava o Mercado público onde eram vendidos os produtos frescos de produção local, sendo que do porto de pesca vinha o peixe e da Póvoa rural chegavam os produtos hortícolas, tais como a batata ou a cenoura. Em 18 de Abril de 1904, o Mercado passou a designar-se Mercado David Alves, em homenagem ao seu impulsionador.
Mas na década de 1970 do século passado, é decidida a construção de um Mercado abrigado, a partir do projecto do arquitecto Campos Matos. Surge então um edifício com 6 499 m², distribuídos por dois pisos. As obras iniciam-se em 1979 e o novo Mercado é inaugurado em 2 de Julho de 1982, com a construção terminada em Janeiro desse ano. O edifício obriga à demolição dos torreões que ladeavam a praça pelo Norte e do Jardim público que confrontava com a Avenida Mouzinho de Albuquerque. Os que ladeavam a Praça pelo Sul continuaram a ser usados para comércio e a sua manutenção foi decidida para preservação da memória local, assim como do portão de ferro e respectivo muro gradeado. Em 1996, a Câmara Municipal local recupera os torreões que restaram e, em 2009, é apresentado um novo projecto para a Praça, no qual se recuperam os torreões e o jardim perdidos. É finalmente criado um novo edifício abrigado, mais pequeno e com menor impacto na praça. Junto ao Mercado, pode ainda apreciar-se o Monumento aos Mortos da Grande Guerra, no Jardim da Praça do Marquês, e a Estátua de David Alves, e encontrar-se o antigo Posto da Junta Autónoma das Estradas (hoje, um quiosque) ou o Palacete do Postiga (hoje, a esquadra da Polícia de Segurança Pública).








Estátua de David Alves, de autoria de Margarida Santos, em 1999


Fotos em 2016.09.04


O actual edifício do Mercado David Alves, foto de Miguel Fernandes/  Março 20, 2019

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