Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 25 de agosto de 2020

pausa para almoço

* Victor Nogueira

Esta foto foi tirada num intervalo para almoço feito pelos operários que construíam a Igreja de N, Sra  da Conceição, em Setúbal. Como se vê, não havia qualquer rede de protecção dos transeuntes. Paredes meias ficavam o Departamento de Habitação e Urbanismo, em cujo Gabinete do Plano Director Municipal estava então colocado, na dependência da Divisão de Planeamento. Por várias vezes havia chamado a atenção dos responsáveis no Urbanismo para o facto, sem que me dessem atenção. Numa das vezes havia mesmo chegado a cair um barrote junto à paragem de autocarros, na altura deserta, Mas um dia, ao circular nas escadinhas, que ligam o largo à avenida - estreitissimo corredor que se vislumbra à direita - caíu um martelo aos pés do Director do Departamento e foi remédio santo; passado pouco tempo toda a obra estava cercada por uma rede de protecção.

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