Victor Nogueira
O meu amigo Carlos, jornalista, disse-me uma vez que quando conseguimos fortuitamente uma boa foto, o photographo não deve admitir perante outrem que se tratou dum acaso, mas sim o resultado duma elaborada preparação mental. Não sei se assim será sempre. As fotos seguintes foram puro acaso. Claro que poderia ter estado à espera que o comboio passasse ou a cegonha ....
...Não, foram puro acaso: olhei, apercebi-me da situação e "disparei".
Nunca mais consegui fazer um instantâneo como o desta foto; ouvindo o aproximar do comboio, voltei-me e ficou esta imagem, na linha das Praias do Sado, com a Serra da Arrábida ao fundo.
Em Mértola preparava-me para fotografar um ninho de cegonhas quando me apercebi do gesto desta.
Em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, a menina passou e ficou.
Quase a chegarmos ao Porto, a Campanhã, a minha mãe resolveu retocar a maquilhagem e pronto, o seu cuidado com a "imagem" ficou registado.
Em Setúbal o propósito encenado era fotografar o carrinho do lixo e o guarda-chuva. Só depois de revelado o rolo constatei que ficara um transeunte, como se equilibrista no manípulo.
Em Paço de Arcos, este é um daqueles momentos fugazes, que o olho do fotógrafo para a posteridade registou.. Estava o sinal vermelho para os peões, na estrada marginal, aparentemente para que o veleiro pudesse passar.
Em Setúbal, quando o porto fluvial não havia ainda sido alargado para montante do Rio Sado as pessoas estavam no paredão à chamada beira-mar pescando, passeando, conversando ou nele sentados ou dentro dos automóveis contemplando a paisagem, Numa dessas tarde ao pôr-do-sol vi a mulher passando e fotografei. A foto original não tem este colorido, flamejante, que propositadamente lhe deu a Antónia, empregada na Foto Cetóbriga e minha amiga de longa data.
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