Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

anoitecer outonal no Parque da Lanchoa, em Setúbal

 * Victor Nogueira

Embora soalheiro, frio esteve o dia e ao anoitecer húmido e gélido. No Parque Verde  a relva e as áleas estavam atapetadas de folhedo dum castanho dourado, deixando esquálidas as árvores de folha caduca. Nem vivalma se sentava nos bancos e  nenhuma criança brincava no parque infantil; os homens, as mulheres e os miúdos já recolheram a suas casas, deixando atrás de si  a calmaria e o silêncio. Uma mulher vestida de preto, talvez cigana, com enorme trouxa à cabeça, cruza-se comigo enquanto na avenida, feericamente iluminada, passam os automóveis e circulam transeuntes.






Parque infantil
















 








Fotos em 2020 11 25

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