Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 23 de julho de 2017

Entre Oleiros e Aldeia de Irmãos

* Victor Nogueira

Oleiros é povoação muito antiga, cujo nome resulta da existência duma pequena olaria em torno da qual se desenvolveu o povoado. O primeiro documento que se lhe refere é uma carta do Rei D. Pedro I, de 1366, pela qual concede que Azeitão tenha juiz. Nesse documento diz-se assim: «...tenho por bem e mando que aia hy hu~ juiz... que o dito juiz q~ for morador em azeitão ouça hy e determine todollos fetos dos moradores da dita comarca e daqueles que som e forem moradores daagua doleyris q~ tra pallmela e pelo cume da serra das portelas q~tra conna a nova


Para além da Capela de S. Marcos (1676) merece referência o "Solar" da Quinta das Baldrugas ou do Cabral, que pertenceu ao morgadio da Quinta da Torre dos Condes de Povolide, para além de outros edifícios, incluindo a Fonte, azulejada e com duas "figuras de convite". Possui a aldeia um coreto desengraçado, em cimento e sem cobertura.



Quinta das Baldrugas




Coreto



Capela de S. Marcos






Lavadouro público



 



Fonte de Oleiros



Quinta das Baldrugas

«Aldeia dos Irmãos» (e não Aldeia de Irmãos, como actualmente), segundo a tradição, deve-se à acção de dois irmãos que teriam erguido a Capela de S. Sebastião. Tem data de 1553 um relato de visitação da Ordem de Santiago que diz assim: «Visitação da yrmida de São Sebastião cituada em azeitão onde chamão alldea dos Irmãos...». Todavia a aldeia existe desde há mais tempo, pois o relato referido a respeito da ermida diz assim: «...que os moradores a construiram antigamente com sua confraria.»

O que mais se destaca nesta aldeia situada entre grandes quintas é a sua dimensão humana e rural, cuja capela com o seu alpendre, guarda no seu interior um retábulo quinhentista, um conjunto de pinturas do séc. XVI, bem como alguns paramentos do séc. XVII.




Fonte de Aldeia de Irmãos





Quinta das Conselheiras, no Largo de S. Sebastião





Largo e Capela de S. Sebastião





Poço de S. Sebastião






























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