Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

LIFE - revista pioneira do fotojornalismo


Lançada revista pioneira do fotojornalismo
Actualizado há 21 horas e 21 minutos


A 23 de Novembro de 1936 é lançada a revista Life, a primeira a apostar fortemente no fotojornalismo, e responsável por algumas das imagens que mais marcaram o século XX.

Na sua primeira "encarnação", a Life nada tinha a ver com a marca que tanto prestígio angariou ao longo do século XX: uma revista leve, de humor e assuntos mundanos, fundada em 1883, comprada em 1936 por Henry Luce, que apenas estava interessado no título. Este capricho custou-lhe, na altura, 92 mil dólares.
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Luce rapidamente se desfez dos conteúdos, que vendeu a outra publicação, e transformou a Life numa revista apoiada fortemente no fotojornalismo.
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A aposta foi ganha quase de imediato. Ao longo de meia centena de páginas, praticamente o único texto que se lia eram as legendas das grandes fotografias. Estas eram impressas com grande qualidade, mas a circulação massiva permitia baixar os custos e o leitor pagava apenas dez cêntimos por cada edição, cerca de €1,15 aos preços actuais.
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A conjugação de eventos internacionais também ajudou. Material para fotografar e exibir abundava, desde o motivado pela grande depressão norte-americana, ao cerco de Madrid por parte de Franco, à invasão da Etiópia por Mussolini e à consolidação do poder, na Alemanha, por parte de Hitler.
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Até Luce foi apanhado de surpresa pelo sucesso. A primeira tiragem foi de 380 mil cópias, mas, quatro meses mais tarde, a empresa estava a imprimir um milhão e meio de exemplares.
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Como não podia deixar de ser, algumas das edições mais memoráveis surgiram durante a Segunda Guerra Mundial. A partir da entrada dos EUA na guerra, a revista dedicou-se à causa aliada com todo o seu fulgor.
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Data da mesma época um dos primeiros incidentes a afectar a credibilidade da revista. O famoso jornalista Robert Capa, que mais tarde morreu ao serviço da Life, enquanto cobria a guerra da Indochina, foi dos primeiros jornalistas a desembarcar na Normandia. Um descuido no estúdio da Life, porém, levou a que as imagens ficassem tremidas. A Life, na legenda, culpou o fotógrafo, cujas mãos estariam a tremer. Capa negou sempre essa versão.
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No final da guerra a Life publicou ainda outra imagem que se tornaria verdadeiramente icónica: a da enfermeira nos braços de um marinheiro, festejando de forma intensa a vitória na guerra.
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Ao longo das décadas seguintes a revista perdeu algum do seu prestígio. Mudou de periodicidade algumas vezes e chegou mesmo a fechar, por duas ocasiões, antes do encerramento definitivo, em Março de 2007. A marca permanece, porém, na forma de um site.


Editado por Filipe d'Avillez
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http://www.rr.pt/informacao_nestedia.aspx?fid=103&did=129859
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