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Luce rapidamente se desfez dos conteúdos, que vendeu a outra publicação, e transformou a Life numa revista apoiada fortemente no fotojornalismo.
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A aposta foi ganha quase de imediato. Ao longo de meia centena de páginas, praticamente o único texto que se lia eram as legendas das grandes fotografias. Estas eram impressas com grande qualidade, mas a circulação massiva permitia baixar os custos e o leitor pagava apenas dez cêntimos por cada edição, cerca de €1,15 aos preços actuais.
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A conjugação de eventos internacionais também ajudou. Material para fotografar e exibir abundava, desde o motivado pela grande depressão norte-americana, ao cerco de Madrid por parte de Franco, à invasão da Etiópia por Mussolini e à consolidação do poder, na Alemanha, por parte de Hitler.
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Até Luce foi apanhado de surpresa pelo sucesso. A primeira tiragem foi de 380 mil cópias, mas, quatro meses mais tarde, a empresa estava a imprimir um milhão e meio de exemplares.
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Como não podia deixar de ser, algumas das edições mais memoráveis surgiram durante a Segunda Guerra Mundial. A partir da entrada dos EUA na guerra, a revista dedicou-se à causa aliada com todo o seu fulgor.
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Data da mesma época um dos primeiros incidentes a afectar a credibilidade da revista. O famoso jornalista Robert Capa, que mais tarde morreu ao serviço da Life, enquanto cobria a guerra da Indochina, foi dos primeiros jornalistas a desembarcar na Normandia. Um descuido no estúdio da Life, porém, levou a que as imagens ficassem tremidas. A Life, na legenda, culpou o fotógrafo, cujas mãos estariam a tremer. Capa negou sempre essa versão.
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No final da guerra a Life publicou ainda outra imagem que se tornaria verdadeiramente icónica: a da enfermeira nos braços de um marinheiro, festejando de forma intensa a vitória na guerra.
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Ao longo das décadas seguintes a revista perdeu algum do seu prestígio. Mudou de periodicidade algumas vezes e chegou mesmo a fechar, por duas ocasiões, antes do encerramento definitivo, em Março de 2007. A marca permanece, porém, na forma de um site.
Editado por Filipe d'Avillez
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