Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Exposição de Darcy Ribeiro mostra talento como fotógrafo


19/11/2010 13:55,  Por Redação, do Rio de Janeiro
O mestre Darcy Ribeiro fotografou momentos lúdicos na vida dos índios
O mestre Darcy Ribeiro fotografou momentos lúdicos na vida dos índios
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Uma exposição a ser inaugurada na próxima segunda-feira no Rio mostra o talento menos conhecido do antropólogo, escritor e político Darcy Ribeiro (1922-1997), ao revelar seu lado fotógrafo. Entre as décadas de 40 e 50, ele viveu entre os índios Urubu-Kaapor, na Amazônia, e Kadiwéu, no Pantanal, e produziu cerca de 3 mil imagens. As fotos, arquivadas no Museu do Índio e na Fundação Darcy Ribeiro, no Rio, apresentam um acurado senso estético e o domínio dos efeitos de luz e sombra nas fotografias intocadas por mais de quatro décadas no acervo das instituições.
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A mostra, promovida pelo Ministério da Cultura, com curadoria do antropólogo Milton Guran, exibe 50 fotos, a maioria delas inédita. Darcy usava a fotografia como instrumento de pesquisa, um recurso aplicado por etnólogos desde o início do século XX. Já o francês Claude Lévi-Strauss também fotografou índios brasileiros e aspectos da cidade de São Paulo na década de 1930.
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Ao ingressar na carreira política e ser eleito como senador e vice-governador do Estado do Rio, além de candidato a vice-presidente na chapa do então governador Leonel de Moura Brizola, Darcy Ribeiro deixou a carreira de fotógrafo para se transformar em um dos grandes líderes brasileiros do século passado, com destaque para sua atuação como educador.
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A mostra permanece em cartaz na Caixa Cultural Rio de Janeiro, de 22 de novembro a 30 de dezembro. A entrada é franca.
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.http://correiodobrasil.com.br/exposicao-de-darcy-ribeiro-mostra-talento-como-fotografo/191848/
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ANTROPOLOGIA

Exposição mostra fotos inéditas de Darcy Ribeiro



Darcy_ribeiro
Exposição que será inaugurada na próxima segunda (22) no Rio chama a atenção para o lado menos conhecido do antropólogo, escritor e político Darcy Ribeiro (1922-1997): o de fotógrafo. Entre as décadas de 40 e 50, ele viveu entre os índios Urubu-Kaapor, na Amazônia, e Kadiwéu, no Pantanal, e produziu cerca de 3 mil imagens.

As fotos estão arquivadas no Museu do Índio e na Fundação Darcy Ribeiro, no Rio, e são intrigantes em dois aspectos. Primeiro por revelar o apurado senso estético e domínio da fotografia. Depois, por estarem há décadas disponíveis em acervos públicos, e ainda assim permanecerem intocadas.

Na mostra, promovida pelo Ministério da Cultura e com curadoria do antropólogo Milton Guran, serão exibidas 50 delas, quase todas inéditas. Ribeiro usava a fotografia como instrumento de pesquisa, prática comum a etnólogos desde o princípio do século passado.

O francês Claude Lévi-Strauss, por exemplo, fotografou índios brasileiros e aspectos da cidade de São Paulo na década de 1930. A produção fotográfica de Ribeiro acabou em segundo plano depois que ele ingressou na carreira política como ministro, governador e senador, e tornou-se um dos grandes pensadores da educação.

A exposição ocorre na Caixa Cultural Rio de Janeiro, de 22 de novembro a 30 de dezembro, com entrada franca.
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Fotógrafo

Dois mil negativos do antropólogo Darcy Ribeiro são descobertos e viram exposição

Plantão | Publicada em 19/11/2010 às 10h17m
Karla Monteiro
Darcy Ribeiro com índios Kadiwéu, Mato Grosso do Sul, 1947. Foto Berta Ribeiro
RIO - Milton Guran achou um tesouro. Foi assim: em agosto, o fotógrafo e antropólogo recebeu um convite do Museu do Índio para fazer a curadoria da mostra "Primeiros contatos - Atrações e pacificações do SPI". Para tal missão, teria que fuçar o arquivo de mais de 20 mil fotografias do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão que antecedeu a Funai. Mexe e remexe, Guran se deparou com um belíssimo material - cerca de dois mil negativos - que chamou a sua atenção. O autor? Darcy Ribeiro. Extasiado com a descoberta, ele trabalhou freneticamente para montar a exposição "O olhar preciso de Darcy Ribeiro", que abre segunda-feira na Caixa Cultural. O próximo passo é um livro, previsto para 2011. 
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Veja fotos da exposição

- Encontrei um conjunto de fotos de autoria do Darcy perdido entre milhares de documentos. São fotos excepcionais. Já trabalhei na Funai e já trabalhei no Museu do Índio, que hoje guarda o arquivo do SPI. E nunca soube da existência dessas fotos - diz Guran. - O Darcy foi um antropólogo, um educador, um romancista, um político. Mas o que nos interessa é o brasileiro que pensou o Brasil. O importante nas fotos é o olhar dele. 
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Mostrando cópias das 50 fotos selecionadas para exposição, Guran se admira com a excelência, a beleza, a humanidade do trabalho: 
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- Está aqui o olhar instrumentalizado da antropologia, que busca indicativos da construção da cultura. Mas o Darcy extrapolou isso. Ele estabeleceu uma ligação fraterna, de igual para igual, com os índios. Trata-se de uma fotografia humanista. Um diálogo visual do Darcy com os seus amigos. 
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A exposição "O olhar preciso de Darcy Ribeiro" faz parte da série de eventos "Brasilidade", capitaneada pelo Ministério da Cultura. A fotos que integram a mostra foram tiradas entre 1947 e 1951, em três comunidades indígenas: kadiwéu, urubu-ka'apor e oafayé. Na tribo dos kadiwéu, o antropólogo realizou a sua primeira pesquisa de campo, como etnólogo do SPI. Com os urubu-ka'apor, trabalhou por dois anos, em duas grandes expedições. Entre os oafayé, ficou só um mês, mas produziu o único registro fotográfico histórico dessa tribo, hoje com apenas 60 representantes.
- O acervo do SPI tem uma importância extraordinária, tanto que em 2008 passou a integrar o programa Memória do Mundo, da Unesco. O trabalho do Darcy, além do valor documental, tem valor fotográfico - diz Guran. 
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http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/11/19/dois-mil-negativos-do-antropologo-darcy-ribeiro-sao-descobertos-viram-exposicao-923053659.asp
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