Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ensaio inédito comemora mês da Consciência Negra


O lançamento da mostra será no próximo dia sete, às 14h, no foyer da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris

01.11.2010 | Atualizado em 01.11.2010 - 13:23
 


Redação CORREIO
Um poema, um suporte e mais de quatro séculos de história. Salvador, “Capital Negra do Brasil”, começa o mês de novembro com uma exposição inédita: “Áfricas”, ensaio fotográfico do artista Sinval Garcia (São Paulo), inspirado no texto “Negros”, de Solano Trindade. O lançamento da mostra – aberto ao público – será no dia 7 de novembro, às 14h, no foyer da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris, Salvador).
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A montagem, que fica em cartaz nos Barris até dia 13 de novembro e entre os dias 15 e 30 estará na Praça Pedro Archanjo (Pelourinho), propõe reflexões sobre o “ser negro” e as importantes influências culturais africanas absorvidas no país. O artista convida a refletirmos que “somos todos um, sem a noção simplista de etnia ou nacionalidade”, acenando para o resgate da cultura negra e seus valores.
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As imagens em pequeno formato foram o meio estrategicamente pensado para essa montagem, na qual os modelos negros e a fotografia sugerem interpretações diversas entre o jogo de luz e a expressividade cultural que carrega a pele. “Eu, como artista visual, me aproprio da fotografia.
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Acredito que à fotografia cabe bem o papel, ou seja, descobrirmos que tipo de consequência existe no ato de interpretar o mundo, de uma forma ou de outra", considera o artista.
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No texto “Negros”, o poeta pernambucano Solano Trindade dizia: “(...) Só os negros oprimidos / escravizados / em luta pela liberdade / são meus irmãos / Para estes tenho um poema grande como o Nilo”. Pensando na maneira de como expressar a poesia que vivenciou ao ler isso, Garcia, através das imagens, provoca: “O que me interessa é o embate direto: eu olho, eu vejo, eu penso. Se é para olhar e refletir, que a gente pense”.
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O artista
Nascido em 1966, Sinval Garcia, que vive e trabalha em São Paulo (SP), traz um currículo repleto de projetos visuais utilizando a imagem em suas diversas possibilidades de articulação.
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Formado em Artes Visuais pela Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA/USP), participou, entre outros eventos, de salões de arte como o Internacional Ibero-Americano de Fotografia Abelardo R. Antes (Havana/Cuba, 1997), Salão da Bahia (Salvador/BA, 1995 e 1998) e 29º Salão de Arte Pará (Belém/PA, 2010). As informações são da Agecom.

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