Daniel Caron | |
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A fotógrafa curitibana abriu as portas de sua casa para compartilhar com a repórter Paula Melech sua ideias e referências artísticas. | . |
Procurando atuar ativamente no mundo, Luana busca sempre na imagem fotográfica o suporte para a sua obra. Ao mesmo tempo, é também um resgate da prática que a conduziu efetivamente para as artes visuais.
A escolha de entrar para a trupe dos aspirantes a jornalistas ela não julga mais equivocada, ao contrário, consegue visualizar reflexos da experiência convergindo para um ponto comum tanto no seu trabalho individual quanto no coletivo. No Mofo Zero, o discurso da grande mídia é questionado e deslocado para outros suportes,que permitem uma re-significação dessas informações.
É o caso de Despublicidade, onde frases publicitárias são deslocadas para espaços públicos, e Transamazônica - Imaginários compartilhados, desenvolvido com incentivo da Funarte Artes Visuais 2009, que questiona o imaginário criado a partir das publicidades veiculadas pela revista Realidade, no início da década de 70, sobre a Rodovia Transamazônica.
Consciente de que produzir um trabalho artístico hoje não está mais ligado à inspiração ou técnica, Luana não está à procura de respostas, mas de propor questionamentos.
Paraná Online: Como foi a experiência com o projeto Imaginários compartilhados?
Apesar da prévia visualização dos eventos propostos na elaboração do projeto enviado a FUNARTE, eles foram criações no ato de realizá-los. Isso foi muito importante, pois envolveu uma abertura nossa à pesquisa, à produção e ao diálogo de mão dupla, ou de mão múltipla (como foi o caso da realização das oficinas e da ação de envio de postais onde 29 criadores, contando conosco, estavam em diálogo).
Paraná Online: Que lugar a fotografia ocupa em sua vida?
O lugar da inquietação. Eu comecei a fotografar na faculdade de jornalismo e logo nas primeiras aulas de fotografia me dei conta que era isso o que me interessava no curso e era isso o que eu queria fazer.
Paraná Online: Como ter participado do curso no Núcleo de Estudos de Fotografia determinou o seu pensamento sobre arte hoje?
O Núcleo, que é coordenado pela Milla Jung, foi um ponto muito importante na minha formação, foi lá que comecei a pensar a imagem e não apenas produzir imagens.
Paraná Online: Em torno de que questões se organiza o coletivo Mofo Zero?
Até agora os nossos trabalhos partiram principalmente de questões relacionadas ao mass-media. Não há uma pesquisa plástica no que produzimos, mas sim um interesse em gerar questões, acho que isso é o principal.
Paraná Online: Como o estudo da filosofia está se relacionando com a sua atividade artística?
Estudando arte me dei conta de que frequentemente eu acabava caindo em referências que partiam da filosofia, e eu ficava muito angustiada por não ter uma base de leitura suficiente para entender determinados conceitos, que claro estavam teoricamente no campo filosófico e não artístico, foi aí que resolvi prestar o vestibular da UFPR.
Paraná Online: Quais as suas principais referências?
Acho que na realidade as pessoas que estão por perto são as referencias mais importantes, por isso creio que a Milla Jung, o Felipe Prando e a Anuschka Lemos, que juntos formaram o grupo de trabalho Escapatórias, sem dúvida nenhuma são uma referência para mim.
Conheça mais sobre o trabalho de Luana Navarro:
www.luananavarro.com
www.imaginarioscompartilhados.wordpress.com
www.mofozero.wordpress.com
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