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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Irving Penn: destacou-se pelo estilo simples e rigoroso




por CATARINA VASQUES RITO29 Maio 2010
Irving Penn: destacou-se pelo estilo simples e rigoroso
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Autor de mais de cem capas da  'Vogue' norte-americana fotografou importantes artistas como Truman Capote, Martha Graham, Marlene Drietrich ou Gisele Bündchen, em exibição até  6 de Junho no National Portrait Gallery, em Londres
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Falar de Irving Penn (1917-2009) é relembrar um dos mais importantes fotógrafos contemporâneos, principalmente pelo seu trabalho no mundo da moda, apesar de não se ter restringido a esta área. Se fosse vivo faria 93 anos dia 16 de Junho, dez dias depois da exposição dos seus mais famosos retratos na National Portrait Gallery.
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Em 1938, terminou o curso na Philadelphia Museum School of Industrial Art (actual Universidade das Artes) sob a orientação de Alexey Brodovitch. Em 1940, junta-se à equipa de fotografia da Vogue, a convite de Alexander Lieberman, que lhe pede ideias para as capas da revista. Pouco habituado ao funcionamento deste género de publicações, os outros fotógrafos ignoravam as suas sugestões.
Decide levar para a redacção trabalhos que se diferenciavam pela inovação, pelo conceito do do it yourself' (faça você mesmo), e pela beleza das imagens. Foi autor de mais de 100 capas.
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A sua carreira começa a ter outros contornos. Penn foi responsável por captar através da sua lente uma mulher feminina e elegante no pós-guerra de 39-45. Em 1950, casa com a sua modelo predilecta Lisa Fonssagrives, com quem teve um filho - Tom Penn (1952). Lisa e Irving conheceram-se em 1947 durante uma sessão fotográfica e nunca mais se separaram até à morte de Lisa em 1992.
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Em 1953, ainda a trabalhar para a Vogue, abre o seu estúdio onde aperfeiçoa a técnica de fotografar objectos em fundo cinza ou branco. Não foi o primeiro, mas foi o que se especializou e obteve os melhores resultados. "Fotografar um bolo pode ser uma arte", afirmou Irving Penn sobre esta sua nova técnica. Percebe que um estúdio com condições mais avançadas lhe proporcionam resultados de excelência, e renova o espaço. Algumas das primeiras fotografias de batôns (imagem à esq.) de algumas marcas de renome da cosmética foram feitas por Penn.
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Mas também retratou artistas conceituados como Martha Graham, Marcel Duchamp, Pablo Picasso, Georgia O'Keeffe, Igor Stravinsky, Marlene Dietrich ou Truman Capote. No início da década de 50 fez uma série de nus que só nos anos 80 viram a luz do dia, incluindo os que fez com Gisele Bünchen e Kate Moss, que em 2008 acabaram por ser leiloados. Pintou e publicou livros.
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O seu trabalho ficou pautado por um estilo intimista e rigoroso. Irving Penn optou por suprimir os cenários elaborados, usando fundos simples, explorando diferentes poses, a abordagem pelo essencial, suficiente para um percurso no qual desenvolveu trabalhos de referência.
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"Um bom fotógrafo é aquele que comunica um facto; toca o coração de alguém; e consegue mudar quem o vê através do seu trabalho; numa palavra, eficaz!", Irving Penn.
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