Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Fotografia paraense voa ainda mais alto

Diário do Pará - Domingo, 14/02/2010, 09:25h 
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"É justo, é justíssimo!”. Assim Luiz Braga analisa a confirmação da seleção de cinco fotógrafos paraenses para a Coleção Pirelli/Masp de Fotografia 2010 – uma das mais importantes coleções de fotografia contemporânea do País. Ele é o consultor local da coleção, responsável por indicar os profissionais para a seleção final. Este ano entraram cinco só de uma vez: Alberto Bitar, Mariano Klautau Filho, Guy Veloso, Octavio Cardoso e Alexandre Sequeira. Além deles, já fazem parte do acervo Pirelli/MASP o próprio Braga - com duas seleções –, Walda Marques, Miguel Chikaoka, Flavya Mutran, Dirceu Maués, Elza Lima e Paula Sampaio.
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Visivelmente feliz, Luiz Braga não esconde a satisfação por ter mais uma vez representantes paraenses nesta coleção. A fala apressada e incisiva do consultor exalta claramente um sentimento: o de união. “Fiz contato pessoal com cada um deles. Menos com o Alexandre, que está morando em Belo Horizonte. Pedi para que eles separassem imagens representativas. Mandei uma caixa enorme, com 10 fotografias de cada um. A princípio foram aprovados só dois, mas não era definitivo. Insisti e fiz uma defesa, alegando por que tinha encaminhado esses nomes. Na quarta-feira (10) recebi a confirmação de que tinham entrado mais três”, conta. E completa: “Somos muito fortes. Eles concorreram com autores do Brasil todo. O que existe aqui ainda vai ser estudado. Temos uma cultura visual muito forte”.
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Ele destaca ainda que, para fazer parte de uma coleção deste nível, não é fácil. A comissão de seleção, formada por um conselho deliberativo, é bastante criteriosa. O conselho é composto por especialistas em fotografia convidados (críticos, fotógrafos, historiadores, pesquisadores, professores, etc.), além de representantes da direção da Pirelli e do Masp. “A fotografia paraense atravessou o mundo do mero registro. Temos uma representatividade alta e boa. Foram selecionados cinco fotógrafos da mais alta qualidade, mas é claro que sobrou muita gente”, diz Luiz Braga. Cada fotógrafo paraense entrou com três fotografias.
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Além de fazer parte da importante coleção, as fotografias paraenses estarão expostas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) em julho/agosto e farão parte do catálogo desta edição da Coleção Pirelli/MASP de Fotografia, que reproduz as obras incorporadas ao acervo – acompanhadas pela biografia dos autores e um texto de apresentação.
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As obras da coleção são ainda automaticamente tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como acontece com o restante do acervo do Masp. Os direitos autorais das obras adquiridas pertencem integralmente aos seus autores ou herdeiros.
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Para Alberto Bitar, fazer parte deste acervo é um prestígio sem tamanho. “Já tive trabalhos avaliados pela comissão anteriormente. Ter trabalhos selecionados para o Catálogo era um desejo antigo. Eu queria muito isso, é um dos maiores reconhecimentos”, revela. As fotografias selecionadas de Alberto fazem parte da série “Efêmera Paisagem”, imagens essas que desvendam as memórias do autor e que têm lhe dado algumas alegrias. “O vídeo foi selecionado no Rumos Itaú Cultural e, agora, fotografias entram no Pirelli”, diz. “Essa história de o Luiz ficar feliz com a nossa entrada... Eu já tinha ficado feliz só por ele ter me indicado, porque o reconhecimento do meu trabalho por ele também é importante”, ressalta.
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(Diário do Pará)
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