Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Fotografia – Escadaria (1930) - Rodchenko


O Globo


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
Jornal  O Globo - 24.2.2010
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12h00m

Obra Prima do Dia (Semana de Aleksandr Rodchenko)
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Fotografia – Escadaria (1930)

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Utilizando perspectivas arrojadas e diferentes, Rodchenko queria libertar a fotografia de suas convenções e da perspectiva comum, conhecida como “de umbigo”, com a câmera sempre na mesma estática posição, evoluindo para o pioneiro Construtivismo na fotografia. Em 1928, ele escreveu em um texto, que é quase um manifesto, Os Caminhos da Fotografia Contemporânea: “De modo a ensinar ao homem a desejar coisas novas, objetos familiares lhe devem ser mostrados de perspectivas totalmente inesperadas, assim como em situações inteiramente inesperadas. Objetos novos devem ser exibidos de diversos lados para que o objeto fique conhecido e seja compreendido”.
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Foi também em 1928 que Rodchenko (que largara a pintura em favor da fotografia), comprou uma Leica por julgar que essa máquina tinha um formato cômodo e um modo de operar simples e rápido. Sua Leica passou a ser sua ferramenta de trabalho preferida.
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Foi essa “ferramenta” que lhe permitiu aprofundar seus estudos sobre os efeitos das diversas posições da câmera e a consequente criação de novas perspectivas, das rigorosas reduções das figuras segundo a perspectiva adotada, e de vistas com detalhes surpreendentes.
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Pouco a pouco, a fotografia de Rodchenko foi dominada pela linha como elemento artístico. Gostava de integrar grelhas, escadas, ou fios de metal em suas composições fotográficas convertendo as linhas formadas por esses objetos em estruturas abstratas construtivistas. “Escadaria”, de 1930, e “Garota com Leica”, de 1934, estão entre as mais célebres fotografias dessa linha construtivista.
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Em 1930, Rodchenko se uniu ao grupo “Outubro”, sem dúvida nenhuma a mais importante organização de arte fotográfica e cinematográfica dessa época. Entre 1933 e 1941 ele trabalhou para o jornal “SSSR na stroike” (URSS em construção), que fundara junto com Varvara Stepanova, sua mulher, artista como ele.
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Acervo Família Rodchenko
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