Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Templos religiosos 67 - Em torno de Sé do Porto e da Igreja dos Grilos

 * Victor Nogueira

Na Idade Média as ruas eram estreitas e os prédios amontoavam-se uns ao lado dos outros. A esta característica não escapava a Sé do Porto, que só adquiriu o actual aspecto desafogado após as demolições na zona envolvente nos anos 40 do século XX, como se pode ver em "Sé do Porto - demolição da zona evolvente"  


 o Porto visto de Vila Nova de Gaia, da Torre dos Clérigos à Sé  e a Igreja dos Grilos


Em 1º plano a Igreja dos Grilos. Ao fuudo,  a Sé e o Paço Episcopal.  Á direita, na outra margem, o Convento da Serra do Pilar


Sé Catedral



Sé Catedral



Rua da Pena Ventosa


Estátua de Vímara Peres

Inaugurada em 1968, esta estátua equestre, em bronze, é da autoria do escultor Barata Feyo. Representa o fidalgo galego Vímara Peres, que em 868 conquistou definitivamente aos muçulmanos o burgo de Portucale (Porto), tornando-se nessa mesma data o primeiro conde de Portucale.


Rua da Pena Ventosa

Pelourinho









Interior da Sé


Cruzeiro






Azulejos no claustro


Claustro

O início da construção da Sé data da primeira metade do século XII, e prolongou-se até ao princípio do século XIII. Esse primeiro edifício, em estilo românico, sofreu muitas alterações ao longo dos séculos. Da época românica datam o carácter geral da fachada com as torres e a bela rosácea, além do corpo da igreja de três naves coberto por abóbada de canhão. A abóbada da nave central é sustentada por arcobotantes, sendo a Sé do Porto um dos primeiros edifícios portugueses em que se utilizou esse elemento arquitectónico.

Na época gótica, cerca do ano de 1333, construiu-se a capela funerária de João Gordo, cavaleiro da Ordem dos Hospitalários e colaborador de D. Dinis, sepultado em um túmulo com jacente. Também da época gótica data o claustro (séc XIV-XV), construído no reinado de D. João I. 

O exterior da Sé foi muito modificado na época barroca. Cerca de 1736, o arquitecto italiano Nicolau Nasoni adicionou uma bela galilé barroca à fachada lateral da Sé. Cerca de 1772 construiu-se um novo portal em substituição ao românico original. As balaustradas e cúpulas das torres também são barrocas.

No século XVII a capela-mor original românica (que era dotada de um deambulatório) foi substituída por uma maior em estilo barroco. (Wikipedia)

Igreja e Convento de S. Lourenço (Frades Grilos)



Á esquerda, a Torre dos Clérigos



Igreja dos Grilos e Torre do Clérigos



Adro


A Igreja e Colégio de São Lourenço, popularmente conhecida pela Igreja dos Grilos, foram edificados pelos jesuítas em 1577, apesar da forte oposição da câmara e da população. No entanto, os seguidores de Santo Inácio de Loyola acabaram por conseguir fundar o tão ambicionado colégio com aulas gratuitas, o que conquistou rapidamente um notável êxito.

Com a expulsão dos jesuítas em 1759, por ordem do Marquês de Pombal, a igreja foi doada à Universidade de Coimbra até a sua compra pelos Frades Descalços de Santo Agostinho que ali ficaram de 1780 a 1832. Actualmente  o conjunto  pertence ao Seminário Maior de N. Sta da Conceção, que o ocupa desde 1834. (Wikipedia)



A Ribeira

Rua da Pena Ventosa

Esta rua da penha ventosa, encostada à antiga muralha romana, embora curta tem séculos de existência. Nas cercanias situava-se o Arco de Sant’Ana das Aldas, que foi uma das quatro portas da antiga Muralha Primitiva, inicialmente erguida durante a dominação romana e reconstruída, no século XII, pelo bispo D. Hugo. Esta porta era vocacionada para o acesso à zona ribeirinha e mercantil da cidade, através da Rua Escura. O Arco, imortalizado num romance de Almeida Garret, foi demolido nos primórdios do século XIX.

A actual designação de rua de Sant’Ana data apenas do século XVIII. Durante a Idade Média, era conhecida por rua das Aldas e, no início da Idade Moderna, por rua do Colégio depois da construção do Colégio de São Lourenço, dos Jesuítas.


Rua Escura, assim denominada a partir de 1404, existia pelo menos desde 1301 como  Rua Nova e posteriormente  Rua de Nossa Senhora do Ferro. Na Rua Escura localizavam-se os cárceres da Inquisição e a antiga Casa da Câmara, também conhecida por Casa dos Vinte e Quatro, assim como a Fonte da Rua Escura ou de São Sebastião.

Fonte de S. Sebastião ou Chafariz da Rua Escura, construído no século XVII

Implantado em pleno centro histórico da cidade do Porto, junto a um dos muros de suporte da Sé, a Fonte da Rua Escura é uma das principais obras de abastecimento de água à cidade antes do impulso dado pelo Barroco e pelo Neo-clássico dos Almadas no burgo.

A sua construção foi efectuada no século XVII, sobressaindo ainda um claro classicismo no conjunto. A delimitar a composição vertical, duas pilastras com carátides associadas suportam o friso horizontal superior, decorado com métopas e caneladuras tipicamente maneiristas. Superiormente, o chafariz termina com um coroamento complexo, mais elevado ao centro para albergar os símbolos das armas reais, solução de cronologia posterior e que contrasta claramente com o produto maneirista inferior. Em baixo, ao centro, duas figuras atlantas suportam a boca do chafariz, composta por uma pequena taça sobrepujada por um pelicano, de cujo furo no peito provinha inicialmente a água.

Concebido para a Rua Escura, o chafariz foi deslocado para a Rua da Pena Ventosa em 1940, local onde ainda hoje se encontra. (IPPC - PAF)



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