Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Pelourinhos 11 / Igrejas 74 - Maiorga (Alcobaça) - Igreja de S. Cristóvão e S. Lourenço e pelourinho

 * Victor Nogueira


Foto Victor Nogueira e desenho de Carlos Barradas - Maiorga (Coutos de Alcobaça) (rolo 229) Igreja de S. Cristóvão e S. Lourenço, cruzeiro e pelourinho

«Maiorga constituía uma das 14 vilas dos coutos de Alcobaça, com cartas de povoação assinadas pelos respectivos priores, em 1303 e 1361, renovadas em 1454 por D. Frei Gonçalo Ferreira. Recebeu foral novo de D. Manuel, em 1514, na sequência do qual se terá erguido o pelourinho que ainda se conserva na povoação.

O pelourinho levanta-se num largo diante da igreja matriz e da capela do Espírito Santo, antiga igreja da Misericórdia de Maiorga. Assenta em plataforma de quatro degraus alternadamente circulares e estrelados, de aresta, bastante desgastados, estando o último parcialmente embebido no pavimento, de forma a compensar o seu desnível.

A coluna tem base de secção circular, decorada com oito arestas verticais e duas molduras horizontais em bocel. O fuste é inteiramente espiralado, com espiras ornadas de botões, e aneís encordoados relevados na base, no topo, e a meia altura. O capitel é oitavado, com faces ornadas de folhagem, e ábaco igualmente oitavado, em molduras sobrepostas, de lados ligeiramente côncavos. O remate é um tronco cónico truncado no topo.

O monumento é claramente datado do período manuelino, compondo um interessante conjunto com o portal da capela do Espírito Santo, do mesmo estilo. É possível que pertençam ambos a uma mesma campanha de obras, como por vezes acontecia, aproveitando-se a presença de mestres canteiros nos estaleiros das obras principais para a lavra dos pelourinhos.» (Sílvia Leite DGPC)

«A Igreja Matriz de São Cristóvão ou Igreja de São Cristóvão e São Lourenço, está no local onde, segundo a tradição, existiu uma Ermida de Santa Maria de Alcamim edificada no século XIII. Destruída por um incêndio no reinado de D. Manuel I , deu lugar a um novo templo, sendo restaurada entre 1610 e 1672. Foi dos poucos edifícios que sobreviveram ao terramoto de 1755, apenas com danos nas torres, mantendo-se a fachada maneirista.» (in "Visitar Portugal")

Sem comentários: