Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Templos religiosos 60 - Barcelos

 * Victor Nogueira

Barcelinhos, Barcelos, Barqueiros, Goios, Pedra Furada, Remelhe


Barcelinhos



(Vista geral)





Igreja de Santo André Apóstolo e cruzeiro

Capela de N. Sra da Ponte  -  Foi instituída em 1328 e reformulada no séc. XVII, sob o alpendre podem ainda ver-se os bancos e pias de pedra (lava-pés) para descanso dos peregrinos.


Barcelos


(Ruínas do Paço dos Condes de Barcelos e Duques de Bragança)

(Solar dos Ponheiros)


(Reflexo nos Paços do Concelho)

Igreja de Santa Maria Maior -  

Construída no século XIV em estilo gótico, a igreja situa-se ao lado  do Paço dos Condes de Barcelos e do Pelourinho de Barcelos. Este tmplo substituiu um outro mais antigo, românico. A actual torre sineira foi erguida na primeira metade do século XVIII. Na primeira metade do século XX a igreja passou por um grande restauro que tentou restituir parte da forma primitiva do edifício.




Cruzeiro do Galo

Este cruzeiro é do século XIV (românico). Originalmente encontrava-se no Alto de Barcelinhos, local onde existia a forca de Barcelos. Numa das faces estão representados o galo, o enforcado e São Tiago, ao passo que na outra face estão gravadas as figuras de Nossa Senhora e de São Bento, padroeiros de Barcelos.

Conta a lenda que os habitantes do burgo andavam alarmados porque alguém cometera um crime e não se descobria o criminoso. Certo dia apareceu um galego que se tornou suspeito e as autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém acreditou que se tratava de um peregrino que se dirigia a Santiago de Compostela para cumprir uma promessa.

Condenado à forca, pediu para ser levado à presença do juiz, que se banqueteava com alguns amigos e aí voltou a afirmar a sua inocência. Como ninguém acreditasse nele, o galego apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e disse: "É tão certo eu estar inocente, como é certo esse galo cantar quando me enforcarem." nteceu! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se da mesa e cantou. O juiz correu à forca e ao ver que o nó da corda impedia o estrangulamento, imediatamente o mandou soltar, deixando-o partir em paz.





Cruzeiros no Museu Arqueológico

Igreja do Senhor Bom Jesus da Cruz e chafariz

A sua origem está ligada ao chamado "Milagre da Cruz", prodígio religioso ocorrido em 20 de dezembro de 1504, ligado ao surgimento de uma cruz negra no carvalhal do "Campo da Feira".  Para protrgê-la foi edificado m pequeno templo, alvo de beneficiações nos anos subsequentes. Em 1698 o Bispo de Braga decidiu fosse construído um novo templo, barroco, que foi aberto ao culto em 1710


Barqueiros




Santuário de N. Sra das Necessidades e cruzeiro



Goios




Capela da Santa Cruz


Igreja da Santa Cruz

VER   

  Goios (Barcelos) - Capela da Santa Cruz







Igreja de N. Sra do Ó ou da Expectação e Casa do Senra

   Cruzeiro de Goios


Cemitério Parochial de Goios


Pedra Furada



       


Igreja de Santa Leocádia

A paróquia de Santa Leocádia de Pedra Furada era curato da apresentação do Mosteiro de Vilar de Frades, a partir de 1441. Teotónio da Fonseca refere que anteriormente à união de Pedra Furada ao Mosteiro de Vilar de Frades era uma das freguesias do Padroado do Mosteiro da Várzea.








Capela de Nossa Senhora das Brotas (ou Abróteas)

Remelhe



Capela de S. Tiago

A  Paróquia de S. Tiago de Moldes é mencionada no Censual do Bispo D. Pedro,  nos finais do século XI. Nos inícios do século XIII, ou mais precisamente, no ano de 1220, ela vem igualmente referida nas Inquirições de D. Afonso II, como tendo um pároco (o abade Pedro Gonçalves) e dez vizinhos, que afirmaram possuir esta Igreja as suas searas. Tinha um pároco, tinha paroquianos e tinha, certamente, uma Igreja, edificada no estilo próprio daquele tempo.

Três séculos mais tarde e em virtude do movimento de reestruturação da diocese Bracarense, decretada pelo concílio de Trento e levada a efeito por D. Frei Bartolomeu dos Mártires, a Paróquia de S. Tiago de Moldes é extinta em 1566 e é incorporada na Paróquia de Santa Marinha de Remelhe.


Igreja de Santa Marinha


Cemitério Parochial - 1887


Jazigo da família de António de Sousa Barroso



  

  


Capela-jazigo de António de Sousa Barroso

António Barroso (1854 / 1918) estudou no Colégio das Missões Ultramarinas de Cernache do Bonjardim,  tendo sido missionário no Congo (Angola), de 1880 a 1891,  bispo em Moçambique, entre 1891 e 1897, bispo de São Tomé de Meliapor, na Índia, entre 1897 e 1889, e bispo do Porto desde 1889 até 1918.

Conhecido como "Pai dos Pobres", enquanto bispo do Porto foi por duas vezes exilado duante a I República, tendo sido por duas vezes condenado ao exílio (1914 e 1917). Foi sepultado no cemitério paroquial de Remelhe, Barcelos, tendo os seus restos mortais sido trasladados em 1927 para uma capela-monumento erigida á sua entrada e em 2019 o seu corpo foi  de novo transladado, para a igreja paroquial de Remelhe.

Em 2017 o Papa Francisco aprovou a publicação do decreto que reconhece as “virtudes heróicas” de D. António José de Sousa Barroso, no processo de beatficação iniciado  há décadas.

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