Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Templos religiosos 36 - Vila Nova de Gaia

 * Victor Nogueira 

Nunca visitei qualquer destes mosteiros, em Vila Nova de Gaia, e o da Serra do Pilar apenas o "conheço" lá em cima, ao longe, visto do Porto, à beira-Douro.




Mosteiro de S. Salvador de Grijó e cruzeiro (1998.06.14 rolo 358)

Grijó - Mosteiro com adro grande e arborizado. Na povoação realiza-se pela rua uma feira pobre, com arcos enfeitados. (Notas de Viagens 1998.06.14)
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«Segundo a tradição, o primitivo Mosteiro de São Salvador de Grijó foi fundado em 922, no lugar de Muraceses. No ano de 1112 foi transferido para a localização onde se encontra actualmente, mas a nova igreja só seria sagrada na centúria seguinte, em 1235.

No início do século XVI o convento encontrava-se em ruínas, e em 1535 D. João III autorizou a transferência do mosteiro para a Serra de São Nicolau, em Gaia. No entanto, nem todos os clérigos concordaram com a transferência, e por isso em 1566 o Papa Pio V separou os dois mosteiros.

Com a volta dos monges a Grijó, a comunidade verificou que o mosteiro necessitava ser reformado, e como tal em 1572 contratou o arquitecto Francisco Velasquez, mestre de obras da Sé de Miranda do Douro, para desenhar o novo projecto.

Até 1600 estavam concluídas duas alas do claustro, o refeitório e a sala do capítulo. No entanto a construção da igreja arrastou-se por mais cerca de trinta anos, uma vez que a capela-mor só seria fechada em 1629. No ano de 1770 o convento era extinto, passando os seus bens para o Convento de Mafra. »(Catarina Oliveira DGPC) in «Mosteiro de São Salvador de Grijó» http://www.patrimoniocultural.gov.pt/.../geral/view/74106 Ver menos







«O Mosteiro de Santo Agostinho da Serra do Pilar foi criado após a reforma da Ordem dos Agostinianos, quando os monges do mosteiro de Grijó foram transferidos para a nova localização. Inicia-se em 1537 a construção deste novo mosteiro, que apresenta planta composta pela igreja, de planta circular, da capela-mor, de planta retangular, e do claustro, também de planta circular, todos dispostos sequencialmente. É considerado um dos mais notáveis edifícios da arquitectura clássica europeia devido à igreja e claustro circulares. Em 1809 o espaço do mosteiro foi ocupado pelas tropas de Wellington, quando foi planeado o ataque do exército português à cidade do Porto, então ocupada pelas tropas de Napoleão. Durante o século XX, o mosteiro foi objeto de diversas campanhas de obras de conservação e restauro e está abrangido pelo Centro Histórico do Porto, inscrito pela Unesco na Lista do Património Mundial. Aqui funciona atualmente o espaço de divulgação "Património a Norte" e é um dos melhores miradouros para o rio Douro e zonas históricas do Porto e Vila Nova de Gaia

 

«Desde a sua origem este mosteiro teve várias denominações; foi designado por Mosteiro do Salvador do Porto (1542, 1553, 1566, 1572), por Mosteiro Novo do Salvador (1559), por Mosteiro do Salvador de Vila Nova (1570), por Mosteiro da Serra (1694, 1737, 1740), por Mosteiro ou Convento de Santo Agostinho da Serra (1720, 1746), ou ainda Mosteiro de Santo Agostinho da Serra do Pilar..O nome popular pelo qual é hoje mais conhecido – Mosteiro da Serra do Pilar –, teve origem na devoção à Virgem do Pilar, que remonta ao período da dinastia filipina (segundo algumas fontes uma imagem da Virgem do Pilar terá sido colocada na capela-mor do Mosteiro da Serra do Pilar em 1678). Da memória dessa devoção resta, para além da denominação do mosteiro, a feira anual que ocorre junto ao mosteiro na data da antiga romaria (15 de agosto).

A fundação deste mosteiro masculino, originalmente da invocação de Cristo, São Salvador do Mundo, deve-se à necessidade de transferência da comunidade do Mosteiro de Grijó (cujos edifícios se encontravam em elevado estado de degradação), da Ordem dos Cónegos regrantes de Santo Agostinho, para um local próximo da cidade do Porto. Foi escolhido um local proeminente na margem sul do rio Douro, na serra de São Nicolau de Vila Nova, defronte dessa cidade. 

Desconhece-se ao certo quem traçou as edificações originais, mas os nomes de Diogo de Castilho e João de Ruão figuram em fontes documentais da época e tudo indica ter-se tratado de uma obra de autoria conjunta. A construção iniciou-se em 1538  e a mudança dos religiosos para a nova casa ocorreu quatro anos mais tarde, ainda para instalações provisórias, tendo a igreja primitiva sido sagrada em 1544. O essencial do mosteiro ficaria pronto em 1564 prolongando-se a finalização do claustro até 1583. A configuração original do mosteiro pouco duraria; em 1597 deu-se o arranque da construção de uma nova igreja, de maiores dimensões, por se considerar a inicial demasiado pequena e acanhada, desconhecendo-se a autoria da nova traça arquitetónica. 

As obras desta fase foram particularmente demoradas, ficando a construção da cúpula da igreja parada por longos anos. A edificação seria terminada entre 1669 e 1672, tendo a nova inauguração tido lugar em 17 de julho de 1672. » (Wikipedia)

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