* Victor Nogueira
Azurara foi sede de concelho até ás reformas admnistrativas liberais.do século XIX. A vila havia recebido foral do conde D. Henrique (confirmado por D. Afonso) ainda em 1102. Com Vila do Conde era um importante porto marítimo cujos estaleiros navais deram um notável contributo para os descobrimentos portugueses. Apesar disso, ao contrário de Vila do Conde, não teve foral manuelino. Mas a passagem de D.Manuel em peregrinação, a caminho de Santiago de Compostela, teve como consequência a autorização para a construção duma Igreja, a de Santa Maria a Nova, em substituição do templo anterior (Nossa Senhora da Apresentação). No seu adro encontram-se o cruzeiro e o pelourinho (século XVI), este defronte da antiga Casa da Câmara, sede actual da Junta de Freguesia.
A vila possuia uma Santa Casa da Misericórdia, fundada em 1566, com a Igreja de S. Nicolau e o Hospital de S. João.
Igreja de Santa Maria a Nova
Igreja de S. Nicolau (Santa Casa da Misericórdia)
«À semelhança do que aconteceu por todo o reino ao longo do século XVI, estas duas povoações [Vila do Conde e Azurata] viram crescer no seu meio urbano as Misericórdias, irmandades de carácter assistencial, com estatutos a nível nacional, que habitualmente se afirmavam como o mais poderoso grupo urbano em todas as cidades e vilas em que eram fundadas.
A Misericórdia de Azurara foi fundada em meados do século XVI, e autorizada por carta régia de D. Sebastião, escolhendo para sua sede a capela pertencente à Confraria de Nosso Senhor dos Passos, que devido às suas reduzidas dimensões foi então ampliada pela irmandade, sendo a traça também transformada.
Cerca de 1604 o piloto Francisco Gonçalves Vila Chã e sua mulher mandaram construir, a expensas próprias, uma nova capela-mor, onde mais tarde seriam sepultados em campa rasa. Para além desta obra, legaram à irmandade a casa para o hospital, dotando-o com rendas para permitir o funcionamento do mesmo.(...) A igreja apresenta uma fachada eclética, que combina elementos de diferentes campanhas de obras. Mantém alguns elementos seiscentistas de modelo chão, como o portal principal e a estrutura vertical da fachada, que no século XX foi revestida a azulejos. O conjunto é rematado em empena e lateralmente foi edificada a torre sineira, com porta, que interiormente se prolonga pela nave. » (Catarina Oliveira, IPPAR/2005)
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