Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Templos religiosos 42 - Feira e Aveiro

* Victor Nogueira

Feira




Cruzeiro


Chafariz

Centro histórico

Em meados do século XVI foi edificado o Convento dos Loios. O conjunto conventual compreende o edifício do convento, a sul, e a chamada Igreja dos Lóios a norte, orientada de leste para oeste. A fachada oeste é imponente revestida a azulejos azuis e brancos seiscentistas, antecedida por uma vasta escadaria nobre de tipo monumental, de duplo arranque. A meio, apresenta um cruzeiro compósito, datado de 1746, e, no lajeado, incrustaram-se campas datadas do século XVI. O plano inferior da escadaria integra um chafariz de tipo seiscentista, de tanque de forma quadrilobada, taças sobrepostas, rematado por uma esfera armilar. (Wikipedia)


Igreja da MisericóridaDo alto da sua escadaria é possível descortinar uma vista privilegiada do centro da cidade, com o Castelo da Feira como pano de fundo.

A irmandade da Misericórdia de Santa Maria da Feira foi fundada em 1594, instalando-se na ermida de São Francisco, antiga sede paroquial da vila, que havia sido reformada pela comunidade do Convento dos Lóios entre os anos de 1581 e 1591.

Ao longo do século XVII, os irmãos da Misericórdia foram custeando obras de reparação no pequeno templo de São Francisco, e no final da centúria sentiram necessidade de ampliar o espaço da sua igreja-sede, que se ia mostrando insuficiente a nível estrutural. Como tal, cerca de 1690 deram início à edificação de um novo templo, no local onde havia existido uma igreja dedicada a São Nicolau. Desconhece-se o autor do projecto, cuja estrutura foi edificada até ao primeiro terço do século XVIII. (Catarina Oliveira IPPAR 2005)


Castelo

Pôr-do-Sol

Santa Maria da Feira - Castelo lá no cimo da encosta arborizada, frondosa, onde as pessoas deambulam calmamente. No sopé, no Rossio onde outrora se realizava a feira medieval,  uma igreja e convento do Elói lá em cima, com acesso por ampla escadaria, com fontanário e cruzeiro cá em baixo. Neste Rossio arborizado se realiza uma importante romaria, a Festa das Fogaças. Aqui se situa um espigueiro junto ao Orfeão da Feira  e um quiosque de ferro verde. 

O "centro histórico" é pequeno,  com uma rua pedonal  e um largo com fonte a meio e edifício brasonado, onde também se situa o da Câmara: claro que falamos da Rua Direita e da Praça Velha. (Notas de Viagens 1998.06.14 / 1998.08.25 / 1998.09.12)


Aveiro



Igreja de Jesus

Fundado em 1458, este antigo convento dominicano feminino reflete as transformações estilísticas incorporadas durante cerca de quatro séculos, com diferentes estilos arquitetónicos.

Em 1911 o mosteiro é encerrado e a igreja é classificada como monumento nacional, passando nese mesmo ano a albergar o Museu de Aveiro, com um espólio significativo de obras de pintura, escultura, talha, azulejo ou ourivesaria, ao mesmo tempo que percorre o antigo espaço conventual e a Igreja de Jesus.

Igreja não identificada


Paços do Concelho

Da ria recordo um canal singular, o Côjo, com barcos multicolores ancorados ao longo dos cais. Foi uma desilusão esta visita à chamada Veneza portuguesa. E de Aveiro (ou será de Ovar?) recordo os vendedores que invadiam a carruagem do comboio, apregoando jornais, bebidas e... doces de ovos moles, em pequenas barricas de madeira. Dos moliceiros, barcos característicos da região, não encontro rasto, pois encontram-se em vias de extinção e para a busca não chega o tempo.

A ideia da Veneza portuguesa deverá resultar não dos inexistentes canais que atravessassem a cidade mas das inúmeras ilhas existentes na foz do rio Vouga (Memórias de Viagem, 1997)

A povoação faz-me recordar a Póvoa de Varzim na parte antiga desta que ainda se conserva. É uma cidade muito iluminada, com bastante comércio e alguns edifícios antigos que resistiram ao camartelo e bordejam o canal principal. No Largo do Município os Paços do Concelho e a Igreja da Misericórdia, entaipada por causa das obras, e a estátua dum tribuno do século XIX, pela indumentária.

Noutro largo, onde está a parte nova, encontra-se o edifício da Sé (igreja do antigo convento de S. Domingos), com cruzeiro lavrado, para além do antigo Convento de Santa Joana, hoje espaço museológico. Outro largo, onde se situa a polícia, possui uma igreja, um convento e uma casa com painéis de azulejos na frontaria, que não fotografo por falta de luminosidade. Trata-se duma cidade muito azulejador.

De Aveiro foi um poderoso Duque, assassinado por ordem de D. José por ser ameaça ao poder real centralizado. (Notas de Viagens 1998 06 14)

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