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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Ruínas da Igreja de N. Sra da Ajuda, na Herdade da Comenda

* Victor Nogueira


Foi graças a um dos livros de Rui Canas Gaspar sobre Setúbal [Histórias, Coisas e Gentes de Setúbal] que soube da existência das ruínas da Igreja de N. Sra da Ajuda, nas cercanias do Palácio da Comenda, na Serra da Arrábida, na Herdade da Comenda de Ouguelas, perto da Ribeira da Ajuda.

A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda foi sede de uma paróquia rural a qual em 1835 viria a ser anexada pela paróquia setubalense de Nossa Senhora da Anunciada. O templo hoje em ruínas e abandonado no meio de luxuriosa vegetação ficou seriamente danificado na sequência do terramoto de 1755, que entre outras destruiu parcial ou grandemente a cidade de Lisboa e a então Vila de Setúbal, para além de muitas outras povoações. Devido ao sismo a sede da paróquia rural passou para a capela de São Pedro de Alcube, em Aldeia Grande, que já existia no ano de 1596. então pertencente à paróquia de Nossa Senhora da Ajuda.

As ruínas, ainda relativamente imponentes, encontram-se no alto de uma encosta frente ao Rio Sado, por cima da Praia da Esguelha, na sua frente situando-se um rochedo que na preia-mar fica submerso, um temível perigo para a navegação, incluindo a de pesca, sendo conhecido por “Pedra Aflar”. O que resta do templo avista-se do último piso do Palácio da Comenda, envolto por luxuriosa e verde vegetação. A elas pode aceder-se por íngreme trilho, a leste e a partir do terreiro do referido Palácio.

Das ruínas, onde existe um pequeno miradouro avistam-se, por entre a vegetação, a cidade de Setúbal, a Península de Troia e o Palácio, este a meia encosta, e, mais além, o cais da Cimenteira da Secil e o Forte do Outão. 


registo de N. Sra da Ajuda na frontaria do Palácio da Comenda



as ruínas vistas do Palácio


Praia da Esguelha




o caminho de acesso a partir do Palácio






óculo onde segundo Rui Canas Gaspar era colocada, á noite, uma  candeia para sinalizar a proximidade do rochedo da Praia da Esguelha



as ruínas
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o miradouro sobre a Praia da Esguelha



o Palácio e o Forte do Outão no horizonte, para Oeste







o regresso

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