Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 3 de julho de 2016

Cós (Coutos de Alcobaça) - Galeria A Dega





fotos victor nogueira - 1998.02.22 - Cós (Coutos de Alcobaça) - Galeria A Dega


Nesta antiga adega preservada funcionava na altura e creio que ainda funciona a Galeria A Dega, então com pinturas de vários autores, algumas interessantes. Desta Galeria se fala em http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=c5fb7aa0-ebb3-4231-a448-bb76bb58326d&edition=3
 de que se transcreve o seguinte excerto
        "José Martins Barata, nasceu em Castelo Branco, em 1944. Tal como a sua esposa, Helena Barros, sempre se recusou a largar a sua primeira paixão: a pintura. Recuperou uma antiga adega, propriedade da família, em Cós, Alcobaça. Manteve a traça original e até os utensílios para o fabrico do vinho. A ideia era expor os seus trabalhos aos amigos mas o inesperado sucesso faz com que, actualmente, mantenha uma intensa actividade, artística e empresarial. (...)

As pessoas gostam muito porque eu conservei a adega. Os empreiteiros que eu arranjei aconselharam-me a deitar tudo abaixo e construir tudo de novo porque ficava mais barato! Tive de ser eu a dirigir as obras com o auxílio de um pedreiro aqui da terra que sabe trabalhar a pedra. Inicialmente tinha a ideia de rebocar as paredes e pintá-las de branco pois receava que os quadros não funcionassem com as paredes em pedra. No entanto, um dia no decorrer da obra, apercebi-me que isso iria alterar o aspecto geral da sala. Então decidi experimentar para ver se funcionava. E funciona perfeitamente! Todo o tipo de pintura fica aqui bem.

Esta adega fazia parte do património do convento de Cós que foi vendido em hasta pública no tempo do liberalismo. Este edifício é do século XVII, a própria igreja é do século XVI mas as grandes obras foram feitas no século XVII. Foi o avô da minha mulher que comprou esta adega, conhecido como "o professor de Cós". A rua da galeria tem o seu nome José Santos Teodoro. A minha mulher ainda se lembra de ver fazer vinho aqui mas quando casei em 1971 já não se fazia. A agricultura do vinho já tinha sido substituída por pomares. Quando iniciei as obras a adega servia para arrumações, tinha muito lixo mas tinha tudo para funcionar. Ainda hoje tem tudo para funcionar como adega. Limitei-me a substituir o que estava velho e podre por novo e deixei tudo o resto. (...) " - Jornal Tinta Fresca 2006.03.01



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