Ter, 13 Jul, 11h24
Quais são as próximas tecnologias que surgirão em nossas câmeras?
Um artigo de Mario Amaya,
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editor da revista Digital Photographer Brasil
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Já falamos sobre os planos para o futuro da Sony , maior fornecedora de sensores para câmeras digitais (incluindo as de outras marcas como Nikon e Casio). Agora é hora de conhecer as ideias da Canon. Na exposição mundial de Shanghai, na China, a empresa participou do pavilhão japonês apresentando um conceito de câmera para o mercado consumidor daqui a 20 anos. Além de a companhia exibir o que acredita serem recursos padrão de uma câmera em 2030, também mostrou um protótipo funcionando ao vivo.
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Veja a demonstração da fabulosa câmera neste vídeo da Gizmag no YouTube, pelo atalho tinyurl.com/CanonWonderCam . A apelidada Canon Wonder Camera oferece os seguintes recursos:
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Captura de vídeo e de imagem estática completamente fundidas numa coisa só. Para obter uma imagem estática, é só escolher um frame (quadro) do vídeo e reenquadrar a gosto, na própria câmera.
Resolução tão elevada que permite destacar em close qualquer elemento de qualquer cena (como no filme Blade Runner ou no seriado CSI – só que de verdade!).
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Autofoco instantâneo e profundidade de campo ilimitada, podendo mostrar tudo em foco na cena ao mesmo tempo.
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Estabilização de imagem que elimina completamente a necessidade de tripé, mesmo em zoom ultralongo.
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A câmera-conceito tem uma comprida lente integrada que é acionada por toques na lateral, um display traseiro fundido ao corpo e conexões sem fio. O protótipo demonstrado ao vivo, embora com a mesma aparência, era conectado por fios a uma mochila contendo circuitos adicionais. Para espanto e alegria da plateia, a câmera foi apontada para o público e reconheceu instantaneamente dezenas de rostos, destacando somente as pessoas que sorriam.
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Fotógrafos podem fazer várias objeções ao conceito da Canon. Primeiramente, o consumidor não gosta de câmeras grandes. Naturalmente, pode ser que a câmera do futuro contenha alguma magia que encolha a óptica da lente, o que seria ainda mais revolucionário. Por sua vez, a potente computação visual incorporada na máquina irá detectar e aproveitar informações visuais que atualmente permanecem ocultas na foto.
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Com efeito, um artigo de 2009 na revista de tecnologia do MIT (atalho: tinyurl.com/MITPhotoFuture ) revela que os cientistas do instituto já inventaram soluções para vários dos maiores problemas técnicos da fotografia. Uma delas é a eliminação do borrão de movimento (motion blur). A técnica consiste em mover o sensor muito rapidamente e capturar uma série de imagens em rápida sucessão, em vez de uma única foto; a câmera analisa o resultado, isolando as partes mais nítidas de cada imagem (no caso, as partes cujo movimento coincide com o do sensor no instante da captura), compondo uma imagem artificial em que tudo aparece nítido. Tanto isso é possível que uma versão crua desse conceito acaba de dar as caras nas câmeras Cyber-shot da Sony.
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Outra inovação é a chamada fotografia polidióptrica ou plenóptica (demonstração aqui: tinyurl.com/Stanford-LFCam ), que inclui uma configuração diferente de sensor e lente, produzindo uma imagem “em quatro dimensões”, contendo informação sobre a distância de cada objeto na cena. O processamento da imagem pode depois fazer a reconstrução nítida dos objetos desfocados. Isso quer dizer que dá para escolher qualquer ponto de foco após a tomada da imagem, ou até mesmo múltiplos pontos de foco de uma só vez para a obtenção de uma imagem inteiramente nítida, como se ela tivesse sido feita com uma abertura muito pequena.
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Também é possível o contrário: desfoque deliberado de objetos, simulando o bokeh gerado por uma objetiva com abertura grande, até mesmo numa minúscula câmera de celular. Assim como na eliminação de borrão, o segredo consiste em mover o sensor e capturar várias imagens em rápida sequência para então combiná-las digitalmente.
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Mais ainda: reconhecimento automático de objetos em qualquer imagem, o que poderá permitir a mudança imediada na iluminação de objetos dentro uma cena. Ou então, reenquadrá-la a partir de um ângulo diferente sem tirar a câmera do lugar onde está.
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Todos esses recursos já foram conceitualizados e é simples questão de tempo para que façam parte das nossas queridas câmeras de bolso, simplificando a captura casual por leigos – mas sem necessariamente competir com a fotografia profissional como a entendemos hoje, já que a fotografia envolve muito mais que o equipamento.
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As imagens multifocais com todos os objetos nítidos não são desejáveis em muitos gêneros de fotografia, mas certamente é algo que eliminaria algo que os leigos consideram um estorvo – a necessidade de estabelecer o foco a cada captura. Não esqueçamos que a Canon Wonder Camera é dirigida ao público comum leigo. A Canon sabe que a indústria de câmeras precisa se diferenciar em recursos dos cada vez mais comuns dispositivos dotados de câmeras embutidas, como celulares e computadores, e nada mais útil para isso que uma câmera com capacidade de processamento tão elevada que se possa modificar completamente o escopo de uma imagem a qualquer momento após a captura – sem que isso implique tratamento à mão em um PC.
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Enquanto isso não vira realidade, o que é plausível imaginar são sensores com resolução tão alta e dispositivos de armazenamento com capacidade tão elevada que se possa reenquadrar qualquer imagem após a captura, mesmo que a imagem seja extraída de um frame de vídeo, já que a tendência principal é de fundir imagem estática e vídeo.
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Este artigo foi publicado originalmente no site da revista Digital Photographer Brasil (www.fotografodigital.com.br) e pode ser lido pelo atalho tinyurl.com/35uprau .
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